Capítulo 34

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As palavras e promessas de Derek ficaram se repetindo em minha cabeça

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As palavras e promessas de Derek ficaram se repetindo em minha cabeça. Conclui que nos últimos anos, eu nem sabia o que era amar alguém até reencontrá-lo. Me tornei uma pessoa cética e pessimista para o amor, logo eu, que era tão apaixonada por um filme ou livro de romance. O meu ceticismo teve um efeito colateral: Nick. Não senti culpa quando botei um ponto final em nossa relação tão conturbada, pois desejo que ele encontre alguém que o ame de verdade, como eu amo Derek.

Falando nele, ficamos trocando mensagens durante a semana como dois adolescentes e contei as horas para o fim de semana chegar. Derek iria deixar Adam com a mãe de Diana e ir para o meu apartamento em seguida.

Tomei um banho, organizei minha bagunça e liberei a entrada dele na portaria. Para conter a ansiedade, resolvi terminar de desempacotar as caixas que estavam na sala. Eram bugigangas que ficavam no meu antigo quarto, admirava um retrato com uma foto minha com os meus pais quando a campainha tocou.

Larguei as coisas no chão e fui descalça até a porta. Derek me esperava com uma camiseta do AC/DC e jeans. Incrível como ele ficava lindo de qualquer jeito. Ele deu um sorriso e ergueu uma mão que segurava uma garrafa de vinho. Também sorri para ele e o puxei pela camiseta para beijá-lo e trazê-lo para dentro. Ele fechou a porta com um chute. O cheiro do perfume dele deixou meu coração quente e começamos a rir quando nos esbarramos no sofá. Nós nos desequilibramos e caí sentada com ele ao meu lado.

Ele apoiou a garrafa na mesa de centro e segurou meu rosto em suas mãos.

– Oi.

– Oi. – respondi com a sensação que nunca mais ia parar de sorrir.

– Estava morrendo de saudade... – beijei a palma de sua mão que acariciava o meu rosto.

– Eu também. – nós nos beijamos devagar, saboreando a presença um do outro.

Horas depois, o tom alaranjado do por do sol invadia a sala e a garrafa de vinho estava pela metade. As taças estavam vazias na mesa e Derek estava deitado no sofá, sua cabeça em meu colo e suas pernas apoiadas no encosto. Ele estava de olhos fechados, enquanto eu admirava seu rosto e passava os dedos em seus cabelos.

Derek estava relaxado e havia um sorriso discreto em sua feição. E algo chamou a minha atenção em seu cabelo.

– Você tá com alguns fios brancos, Jones. – ele riu e abriu os olhos. Eu olhava atentamente para seu cabelo agora.

– Acho que andei muito estressado ou é genética. – deu de ombros. – Não sou tão mais velho que você, Egan. – e não era mesmo.

– O que me deixa com raiva é saber que você continuar lindo mesmo grisalho. – revirei os olhos.

– Não precisa ter ciúmes, mesmo quando estivermos bem velhos, só vou ter olhos pra você. – fiz uma careta e ele riu. – Inclusive, esse seu novo corte de cabelo ficou perfeito.

– Muito obrigada. Antes eu não entendia o que você enxergava em mim, mas hoje eu sei. Sou uma mulher incrível. – retornei a provocação.

– Eu tenho muito orgulho de quem você se tornou. – ele falava sério. – De tudo que conquistou e, principalmente, por ter perdido a sua insegurança. Eu sabia que quando você soubesse o quanto é poderosa, ninguém ia te parar.

Dei um suspiro e ele me olhou com curiosidade.

– Às vezes, fico pensando como seria nossas vidas se estivéssemos juntos desde aquela época e... – parei de falar enquanto seus olhos me analisavam.

– Não pense nisso, Louise. Antes não era pra ser, não era o nosso momento. Não era a hora certa.

– E agora é?

– Sim. – ele retrucou com convicção. – Já ouvi dizer que algumas pessoas são destinadas a ficarem juntas. Eu fiquei destroçado sem você, mas talvez fosse preciso passar por tudo isso, amadurecer, ter outras experiências para podermos finalmente ficar juntos.

– Akai Ito. – Derek ficou confuso e dei risada.

– Como?

– É uma lenda chinesa que conta que, no momento do nascimento, os deuses amarram um fio vermelho, invisível para os humanos, nos tornozelos das pessoas predestinadas a ficarem juntas ou almas gêmeas. O fio vermelho do destino. Na cultura japonesa, eles acreditam que o fio é amarrado ao dedo.

– Caramba. Uau. – Derek ergueu a mão direita contra a luz e analisou seus dedos. Dei um sorriso e coloquei a minha sobre a dele, entrelaçando meus dedos nos vãos dos seus.

– Quanto mais longo for o fio, mais tristes e infelizes as almas gêmeas serão. E quanto mais perto, mais felizes. De acordo com esse mito, só viveremos o mais verdadeiro e puro amor com a pessoa do outro lado do fio. – eu observava a expressão séria de Derek que ainda encarava nossas mãos juntas e resolvi recitar o que me recordava daquela crença: – Um fio invisível conecta aqueles que estão destinados a se conhecer. Independente do tempo, lugar ou circunstância, o fio pode se esticar ou emaranhar, mas nunca se partir.

– Você acha que estou na outra ponta do seu fio? – ele perguntou sério e apertei meus dedos contra a sua mão. Seus olhos voltaram para os meus.

– Tenho certeza, Jones. Nunca fui tão feliz com alguém como sou com você.

Derek soltou nossas mãos e sentou no sofá sem tirar os olhos de mim. O consumo do vinho me deixou mais desinibida. Levantei e estendi minha mão, ele a aceitou e também ficou de pé. Pulei em seu colo e ele sustentou minhas pernas. Dei risada com o rosto enterrado em seu pescoço e comecei a beijar sua pele.

Derek me carregava como se meu peso fosse uma pena e ao chegar ao meu quarto, apoiou meu corpo contra uma parede. Afastei para encará-lo e mordi meu lábio ao encontrar seu olhar cheio de desejo.

Passamos a noite e a madrugada consumindo nossa vontade e saudade. Quando despertei pela manhã, seu corpo nu abraçava o meu por trás. Suas pernas entrelaçadas nas minhas. Sua mão repousava em minha cintura. Sua respiração estava calma e batia na minha nuca. Fiquei um bom tempo somente sentindo seu corpo, porém estava com muita fome e vontade de banheiro, com cuidado me desenrosquei dele e me levantei.

Ao retornar, Derek ainda dormia com o lençol cobrindo seu corpo da cintura para baixo. Agora ele estava de barriga para cima e me sentei para poder admirá-lo. Olhei para o seu abdômen e para a cicatriz da cirurgia da retirada do tiro.

Você é o meu destino. A voz dele ecoou em minhas lembranças e passei os dedos sobre a marca da cicatriz.

Estava tão concentrada que não notei que ele acordou até que segurou a minha mão sobre a marca. Derek analisava meu rosto e eu o encarei de volta.

– Eu te amo. – disse com um sorriso. Aproximei o meu rosto do dele e o beijei. Desejei ter aquela certeza para sempre no meu peito e ter muitos dias acordando ao seu lado.

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