Um ano depois
Meu despertador começou a tocar, mas a vontade foi de desligá-lo. Estava trabalhando tanto nas últimas semanas que minha cabeça estava pesada. Abri os olhos devagar e encontrei o travesseiro vazio do meu lado. Resmunguei e o abracei sentindo o cheiro do meu marido que acordava cedo para correr e preparar o filho para a escola.
Já sentia saudade do fim de semana, pois eram os dias que acordava com ele me enchendo de beijos e não com um toque eletrônico irritante.
Senti que ia me render ao sono de novo e despertei ouvindo a risada alta de Adam. Sentei na cama e fui até o banheiro da nossa suíte. Tomei um banho, voltei para o quarto, vesti o conjunto de terno feminino preto com camisa azul que escolhi na noite anterior. Encaixei os brincos na orelha, fiz uma maquiagem leve, ajeitei meu cabelo que estava na altura dos ombros e fui descalça até a sala.
Depois do casamento, me mudei para a casa de Derek e aluguei meu apartamento para Mary. Na época, conversamos e achamos melhor para a criação e adaptação de Adam morar em uma casa maior. Desde o primeiro dia que pisei ali me senti bem, pois meu coração mora ali.
Adam estava com o uniforme da escola primária e sentado no sofá assistindo algum desenho de super-herói. Ele segurava um pote cheio de cereal em uma mão e a colher na outra.
Agora com seis anos completos, Adam cresceu consideravelmente e sua altura já passava da minha cintura. Apesar de algumas travessuras, ele era tão educado e gentil para uma criança de sua idade, que me faz admirar ainda mais a criação de Derek e dos pais de Diana. Ele sabe que eu não sou sua mãe, mas me respeita e me adora e isso basta.
Fui até a parte de trás do sofá e beijei sua cabeça loira.
– Bom dia, pequeno!
– Bo-f-m di-f-a, L-f-ou. – respondeu com a boca cheia de cereais.
Caminhei até a cozinha e a voz de Derek ecoava pelo cômodo. Ele estava no balcão fechando a mochila de Adam, um fone no ouvido indicava que estava em uma ligação. Já estava vestido para o trabalho, porém a gravata estava sem o laço.
Ele não notou minha chegada, então caminhei até ele e o abracei por trás. Derek continuou falando com a pessoa do outro lado, mas sorriu para mim e deu um beijo leve na minha mão.
– Eu entendo, o Smith tem toda razão, mas precisamos fechar essa entrevista para sexta-feira... – eu o soltei e o virei de frente para mim, fechando o nó de sua gravata. – Afinal, é uma forma de divulgarmos o novo álbum dele. Imagine a quantidade de streamings que ele terá nas plataformas... – Smith? Sam Smith?
Ainda me impressiono com o tipo de contatos e pessoas que Derek trabalha.
– Nós podemos ser os primeiros a anunciar a nova turnê no Reino Unido... – ele deu um suspiro e puxei o nó da gravata marrom para encaixar do colarinho da camisa. Passei uma das mãos em seu rosto que estava sem barba. – O que for preciso, Lorraine.
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Like a Boss
Romance"Não sei o que eu senti na hora, acho que alívio. Eu o conquistei e consegui o estágio. E ali estava o meu novo, maravilhoso e lindo chefe, que posteriormente se tornaria o mais insuportável que existe, mas como iria adivinhar?" Dedicada e preocupad...