Capítulo 31

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À tarde, acordei sem dor de cabeça, porém morta de fome e sede. Bebi mais uma garrafa inteira de água, tirei o vestido e tomei um banho. Ao sair do chuveiro, me senti outra mulher. Estava escolhendo uma roupa quando vi o bilhete amassado no meio da bagunça da minha cama.

Mandar ou não mandar uma mensagem? Ouvir ou não o que ele tem a dizer?

Adicionei o número dele na minha lista de contatos e enviei uma mensagem: "Muito obrigada pela ajuda ontem". Lembrei-me da sensação de estar em seu colo e de sentir o cheiro de sua pele. E claro, de toda a vergonha por ter passado mal em sua frente.

Sentei na cama ainda enrolada na toalha e esperei, até que ele visualizou e começou a gravar um áudio. Ouvi assim que chegou, minha ansiedade me fez me sentir como uma adolescente com o primeiro namorado.

– Não foi nada, Egan. Se você estiver se sentindo melhor e com fome, podemos nos encontrar para almoçar. O Adam só volta para casa à noite e tenho a tarde livre. Fico esperando sua resposta.

Escutei o áudio mais duas vezes para ter certeza da resposta que iria dar. Acabei aceitando o convite, pois se eu tinha ido até Diana para escutá-la, ele também merecia. Derek me encaminhou o endereço e o horário. E claro que acabei me atrasando.

Ele já estava esperando sentado em uma das mesas e me surpreendi, mais uma vez, quando o garçom me levou até ele. Não era um restaurante comum, era uma lanchonete e quando cheguei Derek olhava atentamente o cardápio de hambúrgueres. Definitivamente nunca foi uma coisa que eu esperaria dele, sempre o imaginei almoçando em restaurantes chiques e caros.

Ele largou o cardápio e se levantou quando me aproximei. Pude ver que ele usava a jaqueta do dia anterior e uma camiseta branca por baixo e fiquei feliz por não ter escolhido uma roupa tão formal, já  que eu usava um jeans e uma camisa de tecido fino e largo.

Derek puxou a cadeira para mim e se sentou à minha frente.

– Você tá bem?

– Bem melhor. – dei um sorriso sem graça ao me lembrar do mal estar.

– Que bom! – ele deu um sorriso de canto. – Espero que os remédios tenham ajudado.

– Gostariam de pedir algo para beber?

– Uma água. – pedi e o garçom anotou.

– Uma coca-cola com gelo, por favor.

Comecei a olhar ao redor e a decoração da lanchonete, e voltei meu olhar para mesa. Derek me olhava com atenção.

– Não gostou do lugar?

– Não. Não é isso... – dei risada. – É que nunca te imaginei em lugar assim.

– Ah... E onde você me imaginava? – disse com uma expressão debochada.

– Em algum restaurante chique e caro, vestindo um terno e pedindo a bebida mais cara da casa.

Derek deu uma risada discreta e voltou a passar os olhos pelo cardápio.

– Não posso negar que já fui assim, mas acho que cansei. – deu de ombros. – Depois de Adam comecei a ver o mundo com outros olhos.

O garçom voltou com as bebidas e anotou o pedido do lanche de Derek. Eu peguei o cardápio e escolhi o mais simples que tinha. Quando ele se retirou, podemos nos olhar novamente e apoiei minhas mãos em minhas pernas para conter meu nervosismo.

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