Em pânico, desesperada, surtada: nenhumas dessas palavras definem o meu estado. Estava tão nervosa que sentia os papéis chacoalhando em meus dedos. Tentava decorar aquelas perguntas óbvias. Se eu pudesse reescrevê-las faria melhores, mas meu papel é somente seguir as ordens. A voz de Derek me desconcentrou.
– Egan!
Calma, respira. Fica tranquila. Demonstre confiança!
– Oi, Jones. – minha voz saiu mais baixa do que previa. Meus nervos estavam entrando em curto circuito.
Ele não notou, pois estava na porta de sua sala e digitava algo em seu celular. Provavelmente para a namorada Barbie dele, como todos da redação a chamavam. Esperei até que me dirigisse à palavra de novo.
– O Sam que vai te acompanhar. Ele já está chegando. – ergueu os olhos da tela e viu o meu rosto pálido. – Você tá bem?
Aquilo era um sinal de preocupação comigo?
Eu sentia minhas mãos suando e minhas pernas se movendo involuntariamente embaixo da mesa.
– Sim... – abaixei os olhos para evitar o contato visual dele. Esperava por um bônus alto por esse trabalho (para depois pagar a terapia que vou ter fazer). Jones: sempre me dando traumas. – Ok. Está tudo bem... – menti.
Pedir a ajuda de Derek, não era uma opção. Nunca foi.
O horário do expediente começou e ainda estava na mesma posição com os olhos grudados nos papéis. Não acreditava que, em algumas horas, iria conhecer uma das minhas inspirações de vida.
Os demais funcionários entravam conversando, totalmente alheios a minha situação. Enquanto me controlava para não ter um colapso nervoso, meu celular vibrou. Uma mensagem.
"Tenha um dia lindo, amiga! Te amo." Era Rosie, minha melhor amiga, e respondi: "Você também, te amo."
Eu queria acordar daquele pesadelo estranho. A redação já estava cheia e faltava mais quinze minutos para o meu táxi chegar e não tinha notícias do tal Sam que iria comigo. Respirei fundo de novo e senti uma mão em meu ombro, ao me virar dei o primeiro sorriso do dia.
– Bom dia, raio de sol! – ele deu aquele sorriso que adoro e abriu os braços me convidando para o nosso abraço diário.
– Tom! – suspirei aliviada. Ele era minha válvula de escape naquele inferno.
Considerava-o meu melhor amigo, meu porto seguro nos tempos de trevas e caos. Levantei e o abracei com força. Queria que aquele ato me salvasse da minha tarefa, ou pelo menos, me acalmasse o suficiente para conseguir cumpri-la com êxito.
– Tá doente? – meu amigo estava observando meu rosto. Será que eu estava verde? – Por que tá tão gelada assim?
Tom tirou a minha touca e colocou a mão em minha testa, verificando se tinha febre.
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Like a Boss
Romance"Não sei o que eu senti na hora, acho que alívio. Eu o conquistei e consegui o estágio. E ali estava o meu novo, maravilhoso e lindo chefe, que posteriormente se tornaria o mais insuportável que existe, mas como iria adivinhar?" Dedicada e preocupad...