Capítulo 41........... Ligação Ganha

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Laura Narrando

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Havia muitos jeitos de como aquela noite poderia acabar, porém eu nunca imaginei que seria daquela maneira.

As coisas definitivamente não estavam boas para mim. Quando eu achava que havia vencido um problema, outro logo vinha me beijar a face. Como um cumprimento que por mais que você não queira retribuir é simplesmente obrigado a fazê-lo.

Eu de fato fui inocente ao crer que a situação entre Nice e eu estava de volta aos trilhos, mas o nosso trem ou era desgovernado ou gostava de mudar as rotas, surpreendendo à nós duas.

Resolvido o problema sobre o Muay Thai, entramos no da minha ex, que brotou do inferno, aparentemente - ou do céu, Samantha não era uma pessoa ruim, eu quem não fui boa com ela. Por esse motivo me afastei e nunca mais mantive contato, meu cérebro apenas a deletou temporariamente da minha memória, porém ela definitivamente ainda estava ali, na lixeira de algum canto obscuro do meu subconsciente, assim como tudo o que aconteceu durante aqueles malditos meses, invisíveis, contudo presentes, sempre podendo serem resgatados mesmo contra a minha vontade. E foi como aconteceu.

Eu odiava o meu passado. Mas sabia que era refém dele e que sempre seria.

Cleonice era uma mulher extremamente segura de si profissionalmente e em seu caráter, fiel à sua personalidade e aos seus valores e princípios. Mas eu lhe trazia inseguranças que obviamente ela detestava ter. Foi suado convencê-la de que Samantha não significava nada para mim, que nunca o fez. Aliás, mulher alguma, nem mesmo Kamilly, muito embora eu a ame e faria de quase um tudo por ela. Nosso relacionamento foi apenas um equívoco, quase como um incesto, já que eu sempre a vi como uma irmã. Mas às vezes fazemos coisas idiotas achando estar protegendo alguém, por esse motivo eu deixei meu amor fraternal de lado e me entreguei a ela durante nosso tempo de namoro, mas não era certo. Nunca foi. No fundo eu acreditava que Kamilly sabia disso tanto quanto eu, apesar de alegar ainda me amar. Eu aceitei o namoro pois não queira magoar seus sentimentos, mas não me manquei que as coisas poderiam piorar lá na frente.

Kamilly se envolveu mais, e eu menos, ficando mais distante, evitando-a, sentindo-me desconfortável com a situação. Sempre fui cafajeste, e mesmo considerando-a quase uma irmã, durante o tempo em que namoramos eu não me neguei aos prazeres que ela podia e estava disposta a me proporcionar. Sou louca por sexo, sempre fui e serei, isso era inegável. E Kamilly, apesar de seu jeitinho meigo e infantil, era sexy sem precisar fazer esforço, com um corpo bem desenvolvido, os cabelos, na época, tingidos de vermelhos - que agora estavam em sua cor natural de castanho escuro, e os olhos castanhos que carregavam toda a meiguice e loucura que a habitava. Além do seu jeito fofo e encantador - mesmo ela não soando em nada como isso na cama. Eu fui sua primeira mulher, então era compreensível que no início ela soasse hesitante e inexperiente. Mas ela aprendeu rápido, e talvez eu fosse de fato uma péssima influência.

Minha fama me precedia de muitas formas.

Todavia, ainda era difícil quando eu parava para pensar, e quando levava os pensamentos longe, pegava-me pensando que poderia ser com Luana, o que me trazia total repulsa. Pensar dessa forma da sua própria irmã não é legal, e mesmo eu querendo enfiar uma faca em meu próprio peito e dar um tiro na minha cabeça, não tinha como refrear os pensamentos uma vez que eles corriam. Eu deveria sentir o mesmo com relação a Kamilly, já que a considerava quase uma irmã, essa era a questão, mas também o problema. O quase. O quase, que me permitia ter a liberdade, por mais que me sentisse mau, de pensar nela de outras formas, formas esssas que se comparado com Luana me causavam ânsia.

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