Capítulo 46 .......... Entregue

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Não havia nada que eu pudesse fazer. Estava completamente entregue a Luna e ao seu toque, ao sabor da sua boca, a sensação estranha e desconfortável, porém emocionante, que ela me trazia ao início do estômago. Sua língua aveludada instigava a minha e seu beijo era bruto, violento, com gosto de raiva, desejo carnal e luxúria. Ela me tinha sob seu total domínio, não ligando a mínima para a força que seus dedos imprimiam em torno dos meus pulsos. E tudo o que eu era capaz de fazer era gemer, ainda assim, contra os seus lábios, dentro da sua boca. Eu não tinha nenhum pingo ou direito de liberdade para nada.

Luna desceu sua boca por meu maxilar, nossas respirações estavam pesadas, mas nada se comparava a dela, que respirava com fúria. Seus dentes me arranhavam sem piedade, e ela não tinha noção do quanto estava me enlouquecendo.

- Diga... Que tem certeza - pediu, a boca próxima ao meu ouvido enquanto o som alto da sua respiração ofegante me levava ao delírio. Seus cabelos escuros e ondulados caíam ao nosso redor e eu desejava desesperadamente enroscar meus dedos entre os fios dele e sentir a maciez, a textura. O aroma de maracujá que exalava me tonteava, assim como a fragrância doce do perfume importado que saía do seu pescoço.

Por Deus! Eu estava a alguns passos de ter um colapso.

- Diga! - Ela voltou dizer, dessa vez soando mais como uma exigência. Eu precisei fechar os olhos e forçar minha mente a se concentrar para tentar entender o que ela queria, já que sua boca fazia o favor de me distrair.

Demorei alguns segundos para clarear a mente, porém lutando com a ânsia de gemer e me perder ainda mais na sensação incrível que era ter sua língua se arrastando pela pele do meu pescoço, deixando um rastro quente, mas que o pouco ar que escapava das suas narinas resfriava e me fazia arrepiar de frio e desejo.

- S-sim - eu assenti freneticamente, não ligando uma porra para o quanto eu devia estar parecendo tão submissa à ela. Eu resolveria as coisas com o meu orgulho mais tarde.

Ao que tudo indicava, Luna só precisava daquilo para me atacar novamente. Sua boca voou de encontro a minha e eu me contorci debaixo dela, tentando livrar meus pulsos do seu agarre. Eu estava morrendo ali, e sentia que faria qualquer pacto com Lúcifer para me libertar e ser capaz de tocá-la.

Os dentes de Luna feriram tanto aos meus lábios, que eu pude sentir o gosto do sangue em minha língua, o sabor de ferro soando estranhamente bom somente por ter sido provocado por ela.

Eu realmente estava louca.

Desgrudando-se de mim repentinamente, Luna se ergueu, enfim libertando meus braços, e puxou sua camisa preta pelas costas, arrancando-a de um jeito tão sexy, que um pontada aguda saltou em minha buceta.

Deus do céu! Eu tô tão fudida!

Ela jogou os cabelos para atrás dos ombros e só aquele movimento já me fez morrer pela segunda vez. Perfeito!

- Você está... com muita roupa - sua voz saiu mais rouca do que geralmente é e eu morri novamente.

Abaixando-se sobre mim outra vez, Luna segurou um lado do meu rosto e o virou para o lado, erguendo meu queixo. Sua língua serpenteou da parte de trás da minha orelha e desceu por meu lóbulo, a linha da minha jugular e contornou minha clavícula. Ela levou uma de suas mãos até a gola da minha camisa do Pikachu e puxou com agressividade para baixo, expondo mais da minha pele e mordendo o meu pescoço.

Caralho!

Quantas veze mais ela ainda pretendia me matar em uma só noite?

- Senta - ordenou em meu ouvido, a voz em uma rouquidão enlouquecedora.

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