As 10 Regras de uma Babá ( Bônus 3)

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Pov Helena

Eu cresci em uma casa cheia de regras, onde me ensinaram a ser uma princesinha, "a menininha que daria orgulho para o papai", mas eu sempre soube que aquela não era eu. Eu não era uma princesinha, eu queria mais, queria a liberdade, queria ser guiada pela vida, não gostava e nem queria me submeter a homem nenhum, o que com certeza decepcionou minha mãe que queria me ver presa a um homem igual ela foi por anos, mas tudo mudou quando eu conheci o Marcos, ele mudou completamente a minha forma de pensar e me deu asas para voar, ele era o cara perfeito e foi envolvida por esse amor que eu me casei com ele.

Eu admito que não posso reclamar do tempo que ficamos juntos, porque foi quase perfeito, nós tínhamos muitas coisas incomuns um com o outro o que nos unia ainda mais, não demorou para eu engravidar e eu amei essa criança desde o primeiro momento, eu sabia que agora eu seria o porto seguro de alguém e teria o meu porto seguro, sabia que uma linda parte de mim viria ao mundo para ser amada, então prometi a mim mesma que não seria igual aquelas mães neuróticas e chatas, eu seria a mãe dos sonhos de qualquer criança. Minha gestação foi tranquila. O Marcos estava sempre comigo igual um pai babão, quando senti as primeiras contrações pro parto fiquei muito feliz porque finalmente veria o rostinho de meu bebê, mas na hora de parir eu só pensava em enforcar a criança que estava me rasgando ao meio, mas quando ouvi um som de choro meu coração se acalmou, a vontade de matar foi embora e instantaneamente minha raiva por aquele ser passou, ela era a criança com cara de joelho mais linda que eu já tinha visto na vida, a nova dona do meu coração era perfeita.

O Marcos e eu a criamos com muito amor e carinho, mostrei para ela que eu além de mãe poderia ser a amiga confidente, a qual ela poderia contar para tudo.
Minha relação com a minha filha era perfeita, mas por outro lado a minha relação com o Marcos era quase inexistente e por conta disso decidimos nos separar, foi um momento difícil para nossa criança pois ela se sentiu abandonada pelo pai e logo não quis mais vê-lo, tentei continuar morando na Bahia para não afastá-los mas estava difícil a vida lá, acabei recebendo uma proposta de trabalho no Rio de Janeiro e por não ter outra opção eu fui e acabei separando ainda mais minha filha do pai, lá reencontrei uma velha amiga que tinha vindo a pouco tempo morar no Rio e para a minha surpresa eu tinha uma concorrente a melhor amiga de minha filha.

Elas começaram a crescer grudadas e nesse tempo eu vi minha filha quebrar a cara por homem pela primeira vez, vi ela lutando por seu futuro, vi ela defendendo a amiga e a família e vi ela se apaixonar por um gato que encontrou na rua, foi difícil.

Eloisa: Mainha por favor, deixa eu ficar com ele.

Helena: Não, eu não quero esse gato feio que mais parece um rato em minha casa.

Eloisa: Ele não é feio não, vai ficar bonito quando comer um pouco, por favor mãe.

Helena: Não tem espaço para ele nessa casa.

Eloisa: Lógico que tem, por favor você pode estar salvando a nossa vida, já pensou se eu largar ele na rua e um carro atropelar ele? Ou se ele comer veneno, e se um cachorro o morder, ou se uma cobra o picar, você iria se sentir mal.

Helena: Tá bom, o maldito gato pode ficar mas você vai ter que dar banho, limpar a sujeira dele todos os dias, o ensinar onde faz as necessidades e pôr água e comida todos os dias.

Eloisa: Eu te amo!!

Ela cuidava do gato como eu cuidava dela, o gato me mostrou que eu fiz um ótimo trabalho na educação dela, eu nunca precisei comprar a ração do bichinho que eu amava em oculto e foi por esse gato que ela entrou na maior confusão da vida dela ao aceitar ser babá de 5 crianças mimadas, no começo eu achei que ela não conseguiria mas depois eu tive a certeza.

As 10 Regras de uma Babá (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora