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Para se domar um nundu, precisava de mais ou menos cem bruxos treinados para o tal, porém Newt Scamander conseguia isso sem ao menos algum esforço. É verdade que, se não fosse por Severo Snape e sua habilidade com poções, talvez não conseguiriam colocar o gigante ser felino com vários espinhos sob o corpo para dormir e assim fazer a extração do dente cariado. Quando Snape contou a Erina o que aconteceu, ela pediu um pedaço do dente cariado para guardar na sua coleção particular de pertences a criaturas mágicas, mas o professor negou o pedido e disse que o senhor Newton já dera um fim ao dente.
Porém, as férias de verão estavam acabando e Erina precisava comprar o material para o quinto ano, mas se contentava em passar mais tempo na casa de repouso do que limpar o galinheiro ou servindo de manequim para as confecções de sua mãe. Erina sabia que deveria contar a senhora Thompson da existência do prédio — isso se ela já não sabe, apesar de ficar na margem do rio dava para se notar de um local alto — e era isso que tentava falar no almoço daquela tarde quente de quinta-feira.
— Mamãe... a senhora notou aquele casarão enorme na margem do rio?
— Notei faz alguns dias e jurei que vi alguma movimentação lá. Que estranho... — a senhora Thompson deu uma garfada em um pedaço de cenoura e levando-o na boca — Eu conheço essa região há muitos anos e nunca vi um casarão pelas redondezas...
— É que... aquele casarão na verdade é uma casa de repouso para bruxos idosos. Ele já existia, mas somente pessoas com autorização do ministério é quem poderia vê-lo. E como tá tendo muitos pedidos de bruxos querendo viver lá, o ministério teve que colocar um feitiço para que todos os bruxos vejam.
— Interessante, mas como você sabe de tudo isso?
— B-bem... — Erina começou a fazer círculos com o pé esquerdo embaixo da mesa, e seu rosto estava ficando levemente corado — É que um dos meus professores de Hogwarts está vivendo lá com a mãe. E sabe quem está hospedado também? Newt Scamander.
— Erina não me engane. Newt Scamander vive com a esposa em uma fazenda.
— Não estou te enganando. Ele tá morando lá porque a esposa e o filho estão viajando e ele não gosta de ficar sozinho. Eu conheci ele e mamãe... pensa em um ex-lufano fofinho e espirituoso. Eu não teria nenhum problema em tê-lo como meu avô; sabe mãe... o senhor Newt me mostrou a mala dele e tem cada criatura estranha, mas a maioria é tão linda. Fiz amizade com um hipogrifo e chamei ela de Ruanita.
— Estou vendo que andou se divertindo muito enquanto deixava o serviço lá no curral as traças. — Erina abaixou a cabeça — Você não vai para esta casa de idosos até não terminar os serviços daqui, entendeu?
— T-tá bom, mamãe.
Erina não fez de qualquer jeito, mas limpou rapidamente a parte em que ficava o galinheiro — sem perseguir as galinhas desta vez — deu de comida para os dois cavalos que tinham em uma área separada do curral e deu água para os porcos. Depois, foi até o canteiro de mudas e regou todas as plantas de origem mágica e não-mágica. Terminado tudo, voltou para a fazenda, tirou as botas de jardinagem e deu uma arrumada no cabelo. Vestia uma saia azul com listras brancas e camisa regata preta. Saiu as pressas até o casarão, pegando o pó de flu ao chegar no hall e indo para o segundo andar.
Desta vez, Erina sabia onde ficava o quarto de Severo (ao lado do quarto do senhor Newt, quem diria?), mas antes preferiu ir até a cozinha falar com a elemental e assistente da casa Iara sobre um assunto que martelava sua mente fazia alguns dias.
— Olá senhora Iara... — disse com os braços cruzados e a cabeça abaixada.
— Menininha. Veio ver o seu Severo né?
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Great
Fanfiction1988-1989. Erina Thompson, com quase dezesseis anos e prestes a entrar no quinto ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts descobriu que amar o professor de poções Severo Snape não é uma tarefa fácil - e pode até ser algo arriscado na maioria da...