[28] O Segredo de Berenice

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Erina não viu exatamente onde Alvim tinha ido, mas era certeza que foi para fora do salão. As duas ficaram paradas em frente a escadaria e viraram para a direita; naquele exato instante os bruxos residentes da cidade começavam a sair. Subiram mais escadas e foram para um segundo andar suspenso, sem portas e parecia com uma ponte. Aldo Alvim estava conversando com alguém... este que Erina sabia muito bem quem era.

— Tome. — disse Alvim, entregando um saco cheio de moedas para Lúcio Malfoy — Suas informações serão muito bem recompensadas senhor Malfoy, mas peço para que tire o seu amiguinho do nosso caminho.

— Vocês deveriam parar com isso. Severo pode muito bem ser útil. Tudo que acontece com ele, eu fico sabendo.

— Por isso que a sua ajuda está sendo muito bem vinda.

— Esta história de que... a garota Thompson é a descendente de Merlin... é real?

— É a nossa principal suspeita, mas só vamos saber de verdade quando ela tocar no Cajado de Merlin.

Cajado de Merlin? Um dos objetos mais sagrados de toda a bruxaria está na Castelobruxo? Erina ouvira uma vez na aula de História da Magia que o cajado havia sido quebrado por Morgana Le Fay em sua última batalha com Merlin, mas também havia boatos de que o cajado havia desaparecido junto com a Excalibur após a batalha do rei Arthur contra Mortred, o filho de Morgana.

— Espero que suas suspeitas apontem logo para ela porque eu não aguento mais o Severo me encher a paciência por causa desse assunto.

— O que o senhor e ele conversam sobre isso não é de meu interesse...

— Claro. Com sua licença.

Depois que Lúcio desceu as escadas, Erina ficou com uma súbita vontade de atacar Alvim, mas ela nem precisou fazer isso. Berenice se levantou primeiro, pegando sua varinha e gritando contra o professor.

— Berê... o que está fazendo? — sussurrou Erina — Volta aqui.

— Mas olha só quem está aqui... Berenice Furacão a pior aluna de todo o Instituto Castelobruxo. O que pensa estar fazendo apontando esta varinha imunda para o meu peito?

— V-você... e-eu sei que quer prejudicar a Erina e o professor de Hogwarts. Eu não vou deixar que faça mal a minha amiga.

— Acho que tem pessoas demais sabendo dessa história. — disse Alvim — E sinceramente... você não fará nenhuma falta se sumir deste mundo.

Alvim parecia ter jogado uma rajada forte de energia com as mãos em cima de Berenice, que invocou um escudo protetor para não ser atingida. Ele continuou com as rajadas brilhantes até que Erina interveio lhe lançando Flipendo nas pernas, mas não adiantou muito.

— Garota tola. Acha que pode me vencer só porque é a descendente... — Alvim lhe lançou mais uma rajada de energia, que atingiu Erina no peito e a lançou para longe, fazendo-a bater as costas na parede. Berenice desfez o escudo e foi para cima e Alvim com um bom reflexo lhe lançou uma investida de luz arroxeada que a fez cair no chão e desmaiar na hora — Você é ainda uma criança... — Alvim caminhou lentamente e com a mão direita sob a cintura até Erina, que tinha um filete de sangue escorrendo pela boca — ... não entende nada da vida e não passa de uma menina mimada. — Alvim cuspiu no chão.

— O q-que fez com a Berenice?

— Nada demais. Não lancei nenhuma Maldição Imperdoável, mas bem que eu gostaria de dar cabo da vida dela. Berenice desde que chegou nesta escola sempre quis meter o nariz onde não era chamada. Sempre tentava me desafiar, me peitar e até tentou fazer um abaixo assinado para que Olívia me demitisse... mas eu escapo de tudo. Sabe por que Guilherme Weasley estava com ela aquele dia na Biblioteca?

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