[7] A Monitora Erina Thompson

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Erina acordou naquele segundo dia de ano letivo aos berros pelas meninas do seu dormitório que faziam uma algazarra no banheiro. Levantou da cama, foi até a casinha de Greta fazer um carinho em sua cabeça e se dirigiu ao banheiro, na ala dos chuveiros e viu a bagunça que Ever Molin e Tulipa Karasu faziam.

— Bora tomar banho meu povo... — gritava Tulipa com a toalha nas mãos e pendurando-a próximo do armário de objetos de higiene pessoal — ficar limpinha e cheirosinha para as aulas...

— Caramba... que puta animação para começar o ano, hein? — questionou Ever pendurando a toalha e indo ao chuveiro ao lado de Tulipa — Eu tô é nervosa, sabia? Esse tal torneio e os NOMs... preciso zerar senão eu não vou entrar nas aulas do Corvo Misterioso.

— Corvo Misterioso?

— Novo apelido para o professor Snape. Foi o professor Warren quem criou e me disse antes de entrarmos na Sala Comunal. Achei meio sem graça, mas ainda prefiro o meu urubu velho.

— E por falar nisso... já notou o quanto a Erina ficou olhando para ele o ano passado todo e ontem enquanto foi se sentar ao lado do professor Flitwick? Posso até ser batedora e bagunceira nas horas vagas, mas sempre estou atenta nas atividades dos corvinos. Vocês que são tão amigas... sabe de alguma coisa que o Snape esteja fazendo para ela?

— Nada, não. É que o urubu velho ficou pegando no pé da Erina ano passado inteiro. Sabe como é, né? Se ela fosse da Sonserina, duvido que ele não a paparicasse também.

— Esse pessoal da Sonserina é fogo. Eu acho é pouco a bronca que eles levaram do diretor ontem. Só de pegar pesado com os valentões, essa Castelobruxo já merece meu respeito. Como será que é esta escola? Só ouvi que é tipo uma daquelas pirâmides que tem no México, sabe? Daí tem um monte de mato em volta e eles jogam alguma coisa chamada Quadrimada que é uma alteração do quadribol.

Erina precisava tomar seu banho para ir até a sala dos monitores e depois ao salão tomar o café, porém, quando estava retirando suas roupas, Penélope Clearwater apareceu de mansinho, com a cabeça abaixada e parecia intimidada segurando com força a sua toalha.

— Penélope? O que foi?

— E-eu estou com vergonha...

— Por que? Nunca tomou banho coletivo suas colegas de dormitório anterior? — ela fez não com a cabeça — Não precisa ter vergonha. Está entre amigas. Estarei o tempo todo do seu lado e as meninas não ligam. Ouça só a zona que elas estão fazendo...

— É que tem também outra coisa... — Penélope se aproximou de Erina e sussurrou algo em seus ouvidos.

— Hum... é, talvez neste caso seja um pouco mais difícil, mas quem liga? Nenhuma de nós é diferente e sangramos todo mês. — Erina estendeu suas mãos para Penélope — Venha que vou te ajudar.

— O-obrigada, Erina.

Erina auxiliou Penélope a todo momento até o chuveiro. A menina ainda ficou com a toalha enrolada no corpo e quando chegaram, estava mais insegura principalmente porque Ever e Tulipa ficaram encarando as duas.

— O que foi, Penélope? — perguntou Tulipa — Está com vergonha? — a garota fez sim com a cabeça — Nhaa, que bobagem. Pode tirar a toalha que aqui a gente não tem frescura, não.

— É que... tem outra coisa...

— E o que é? — perguntou Ever.

— Não. Tenho vergonha. Fala para elas, Erina.

— Bem... basicamente a Penélope está menstruada e está com medo de sujar o banheiro.

— Que nada a ver. Sujar vai mesmo. — disse Ever. Erina olhou feio para ela — Mas tipo, tu não precisa sentir vergonha por isso. Eu, a Tulipa e a Erina menstruamos. Você lembra daquela vez que eu peguei o sangue da minha menstruação e comecei a passar na cara das meninas que dormiam com a gente no terceiro ano?

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