[13] Projeto Hogwarts II - Preparativos

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A viagem até Hogsmeade foi tranquila. Erina ficou em um vagão especial para os monitores, mas não quis conversar com ninguém. Enquanto era obrigada a ouvir uma conversa de Mérula para Carlinhos de como imaginava a decoração do Salão Principal, a garota viajava dentre as milhões de ideias que se passavam pela sua mente fértil e criativa. Em um momento aleatório daquela que prometia ser a "maior festa que Hogwarts já tivera", viu-se em uma noite estrelada e limpa, vestida com os linhos azul céu cheios de constelações que brilhavam entrando triunfante no pátio da escola com aquele que amava lhe esperando para uma dança ao relento de uma festa que mal parecia ser comandada por adolescentes — Erina preferia imaginar assim do que uma zona na escola.

Desviou toda a atenção do mundo lá fora, imaginando-se olhando para os olhos negros de Severo Snape que pareciam mais reluzentes e sedutoras a noite ainda mais com a grande lua cheia que lhes dava de presente uma luz natural que iluminava o negro e sombrio abandono do pátio. Ele a convidou para dançar e pensou em Man in the Mirror como sendo a música tocada no recinto com leves passos de valsa. Sempre esbanjando um sorriso para o professor, que segurava com total leveza seu pulso do braço esquerdo, ameaçou lhe dar um beijo que fora atendido. Seus lábios tocaram-se levemente, com trocas carinhosas de carícias em seus rostos, causando uma vermelhidão nas bochechas de Erina e deixando o tom pálido de Snape agora de cor rubro.

Porém, eram apenas devaneios de uma garota apaixonada e assim que o trem parou, regressou até as principais ruas de Hogsmeade.

Andou sozinha por um tempo, olhando os bruxos entrarem e saírem de diversas lojas sempre com muita pressa. Outubro já se despedia e com ele, o amontoado de pessoas com diversas sacolas e objetos em mãos para a decoração de Halloween. Erina queria muito saber como a aldeia comemorava a data, tendo que só tinha a mísera informação de que os moradores saem nas ruas para cantigar a antiga canção da Deusa Mãe, aquela quem deu a alma e o poder aos bruxos.

Passando pela mesma rua que ficava a Zonko's Logros e Brincadeiras, viu de relance os cabelos rosa chiclete de Ninfadora Tonks tentando sair da loja, mas estava sendo impedida por clientes arfados que não saiam de frente das vitrines para comprar alguma brincadeira.

— Erina! — instantaneamente a garota parou — Achei você finalmente. Onde esteve? Te procurei no Três Vassouras e na Dedosdemel, mas nada de te encontrar, guria...

— Estava andando, admirando as casas e as pessoas. Por que?

— Como por que? Eu quero te apresentar o meu amigo. Aquele que eu te falei na aula de Herbologia.

— Ah sim me lembrei. E onde ele mora?

— Vem comigo.

Erina seguiu Tonks até uma rua estreita da aldeia feita com paralelepípedos e muito escura. As casas eram simples e de nenhuma arquitetura berrante, mas dava para notar que se tratava de uma parte bem carente de Hogsmeade que na maioria das vezes, era ignorada pela massa britânica.

Tonks desceu a rua até chegar na casa do fim da rua, onde bateu três vezes na porta de madeira que dava pequenos rangidos e se ouvia estalos de cupins. Erina caminhou lentamente e quando chegou perto da garota, foi-se revelado a figura de um homem com roupas surradas e rasgadas, com várias cicatrizes no rosto e uma barba por fazer.

Na hora Erina reconhecera aquele rosto. Na época não tinha reparado nas cicatrizes, mas nunca deixaria de notar no seu semblante de pressa quando, naquele dia, se esbarrou com a garota e derrubando assim o mapa mágico de Hogwarts criado pelos algozes de seu amado.

— Erina, este é o senhor Lupin.

— P-prazer... senhor Lupin. — disse atravessado e levantando as mãos para comprimentá-lo.

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