[27] A Quarta Tarefa

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A Porto dos Bruxos nunca fora uma cidade tão divertida. As ruas eram bem estreitas com várias lojas de diversos tipos — seja de comida, vestes, varinhas, farmácia, caldeirões, brincadeiras, etc — mas com certeza a feira era a maior atração. Erina, como gostava de comer (quando não a atormentavam, claro) experimentava tudo que via pela frente. Comeu uma massa em forma de gota chamada coxinha, a qual já tinha experimentado quando Robert a levara na Casa de Chá da Madame Puddifoot para comprar alguns doces, só que esta era salgada e tinha um sabor divino, também experimentou a mesma massa folhada que a senhora Snape estava comendo aquele dia chamada pastel, um doce feito de chocolate chamado brigadeiro, outra massa chamada de risoles e acabou se empanturrando e ganhando mais alguns quilos.

Inclusive, enquanto comia mais um brigadeiro, lia o livro de anotações com os feitiços do Magia Muy Maligna. Ela ainda não contou para Snape que estava tentando aprender feitiços de magia negra para usá-los ao seu favor, mas temia uma reação negativa dele ou talvez não precisasse contar nada porque de algum jeito, ele já sabia. Snape sabe de tudo que se passa na sua mente... até mesmo dos pensamentos mais esdrúxulos, onde em noites de furor, Erina pegava o livro com contos eróticos e se enfiava nas cobertas e pensava no futuro, quando poderia finalmente ter o mestre de poções em seus braços.

Os dias foram se passando e nada de receberem notícias sobre a quarta tarefa. Sua tia Maravina não parava de contar histórias sobre sua época em Hogwarts, principalmente falando mal dos sonserinos.

— A maioria dos sonserinos de nossa época viraram seguidores do Você-Sabe-Quem, não é Lau?

— Acho que sim. — disse Lauane, fazendo flutuar uma xícara de chá com a varinha para a sua irmã — Pelo menos... os Lestrange sempre demonstraram mais fidelidade. Lembra daquela insana da Bellatrix que casou com um deles? Aquele projeto de prostituta tinha o cabelo ensebado de Amortentia.

— Só sei dela pelos jornais. Não peguei esta época.

— Convivi meus quatro últimos anos em Hogwarts com ela. No início pensei que só fosse uma menina mimada crescida em berço de ouro, mas percebi que era pior do que imaginei. Ainda bem que ela sequer se importava com a minha existência, assim como a maioria dos sonserinos faz com corvinos. Espero que Erina quando se formar não queira se meter com esse tipo de gente. — sua mãe lhe deu uma indireta, aproveitando que a garota estava sentada lendo suas anotações, como se soubesse o conteúdo que lera.

— Mamãe, eu falei para a senhora que quero ser auror... não vou virar seguidora do Voldemort, não...

— Não diga este nome, menina!

— Por que? Voldemort morreu, tá? Harry Potter o matou.

— Mesmo assim, não se pode dizer o nome dele. — disse Maravina — Vai que um dos seguidores aparece por aqui, aparata bem na nossa frente...

— Lúcio Malfoy conta? — as duas não responderam — Então isso não existe. Mesmo se Voldemort estivesse vivo, eu falaria quantas vezes eu quiser o seu nome. Eu não tenho medo dele.

Erina pegou o livro e saiu do quarto, cheia de raiva e indo para a recepção da pousada. Um elfo doméstico lhe ofereceu um algodão doce, a qual gentilmente recusou e saiu pela porta da frente, mas acabou tendo um desagradável encontro da pessoa que falara anteriormente no quarto. Acho que elas podem estar certas...

— Ora, se não é a namoradinha birrenta do Severo...

— Lúcio Malfoy... o que faz aqui?

— Que pergunta mais idiota. Estou aqui pelo mesmo motivo que o seu... ou nem tanto.

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