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A reunião se encerrou e Erina Thompson saiu chorando da Sala dos Troféus e foi consolada pelo professor Flitwick, mas ela não queria falar com ninguém e ignorou todas as intervenções do professor. Não somente decepcionara o diretor, o docente que mais lhe confiava e agora sua mãe. Quando ela souber que uma dívida de oito mil galeões passara para seu nome, talvez morreria de desgosto. Sentia-se cada vez mais um peso nas costas de sua mãe, que seu nascimento foi um erro.
— Erina... quer ver as filmagens que eu fiz da festa? — perguntou Hal, que passava pelo corredor com a sua filmadora nas mãos.
— NÃO! ME DEIXA.
Erina empurrou Hal que quase o fez cair e derrubar a filmadora no chão, mas quando viu o professor Flitwick atrás dela, percebeu que seria melhor não ir atrás.
Derramando muitas lágrimas, desceu até o Pátio e ficou olhando para as margens da fonte, que jorrava água limpa e cristalina. Pegou um pouco sobre as mãos e esfregou no rosto, retirando tudo o que sobrou da maquiagem. A sombra tinha derretido e escorria um líquido negro de seus olhos, o batom havia borrado e Erina continuou esfregar o rosto até que não sobrasse nada.
Mas mesmo assim não parou de chorar e sentou-se atrás de uma estátua de anjo e encostou a cabeça no joelho. O professor Flitwick, desesperado chegou ao pátio e encontrou a garota muito triste e se aproximou com cautela para não assustá-la.
— Senhorita Thompson... por que assumiu a culpa sozinha? Não me disse que iria entregar a Snyde?
— E-eu não sei, professor Flitwick... t-talvez por impulsividade...
— Ou medo que ela lhe fizesse alguma coisa?
— Também.
— Muito errado, senhorita Thompson. Deveria ter dito a verdade para a ministra. Eu acertaria as contas com o Severo caso ele viesse lhe importunar e pediria a revogação do distintivo de monitora da senhorita Snyde. Acho muito difícil que a ministra volte em sua decisão caso queira falar o que realmente aconteceu... a senhora Bagnold é uma mulher muito rígida desde os tempos da guerra.
— Mas para falar besteiras no Comitê ela não foi nada rígida...
— De fato. Enviarei uma carta para a sua mãe explicando toda a situação. E não se desespere, senhorita Thompson. Vamos dar um jeito de pagar essa dívida. — apesar da profunda tristeza, Erina conseguiu ficar de joelhos, enxugar as lágrimas dar um sorriso — Pedirei ao campeão de Hogwarts ao final do torneio que pague essa quantia, seja ele quem for.
— M-muito... muito obrigada professor Flitwick.
Erina avançou e deu um abraço no professor, que de início se assustou, mas aceitou conseguindo abraçar apenas o pescoço da garota.
— Agora... volte aos seus afazeres como monitora. As aulas já irão começar.
— Obrigada de novo, professor.
Erina precisava de um banho e tirar aquelas roupas sujas de poeira e com o cheiro de carne queimada da Mulher do Agoureiro. Enquanto passava pela ala leste bem na sala de Defesa contra as Artes das Trevas, viu o professor Warren conversando com o chefe dos aurores Rufo Scrimgeour. Querendo ouvir a conversa, Erina se escondeu na varanda da escada da sala de Astronomia e observou os dois.
— Faz muito tempo que não o vejo, Kasimier... — disse Rufo — Então virou mesmo professor...
— E você chefe dos aurores... parabéns por ter conseguido cargo tão importante dentro do Ministério.
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Great
Fanfiction1988-1989. Erina Thompson, com quase dezesseis anos e prestes a entrar no quinto ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts descobriu que amar o professor de poções Severo Snape não é uma tarefa fácil - e pode até ser algo arriscado na maioria da...