N/A: além de ser um dos capítulos mais tristes do segundo livro, é o também mais pesado contendo gatilho para estupro e violência verbal e física. Se sente incomodado com algum dos temas descritos, não continue no capítulo.
1
Quarto Nº7 do quinto andar, assim como dizia a carta que o professor Snape lhe mandara. Erina estava de frente a ele, batendo levemente a porta. Estava meio receosa e pensava em sair correndo, mas a porta havia sido aberta por Eileen Snape, a mãe dele com seu rosto fechado, sobrancelhas grossas, olhos negros e cabelos crespos castanhos claros curtos. Tudo nela lembrava ao filho.
— Err... boa noite senhora Snape. Vim ver o seu filho...
— Garotinha, você não deveria estar na cama? Já está tarde para meninas da sua idade estarem andando por aí...
— É que o professor Snape me chamou para um treinamento...
— É mesmo? Eu já volto.
Não demorou muito para que Erina ouvisse gritos dos fundos do quarto da senhora Snape e depois do professor. Foi uma mistura de gritos femininos e masculinos que deixaram a garota com uma forte dor de cabeça. Será que esses dois não podem se acertar nem por um minuto?
— ... você sabe que horas são, Severo? Não tinha nada que chamar a menina uma hora destas!
— Eu chamo a hora que quiser e bem entender. Afinal de contas, estamos no mesmo prédio...
— Mas você tem resposta para tudo, não é? Não me obedece, faz amizade com estes porcos como Malfoy e companhia limitada, e ainda chama uma menina a esta hora da noite para um "treinamento". Estou totalmente desapontada com o seu comportamento.
— Eu não preciso da sua aprovação para nada. — eis então que Snape aparece na porta e olha Erina com desconfiança — Entre logo, Thompson.
Ela não o desobedeceu e rapidamente entrou, e não viu nada demais na decoração do quarto a não ser pilhas e mais pilhas de livros por todos os cantos, digno de uma família corvina, mas ali era uma sonserina. A senhora Snape estava na cozinha de costas para os dois e resmungava alguma coisa como "é tudo culpa do Tobias e sua maldição de trouxa".
— Tobias maldito... eu juro por todas as dez gerações dos Prince que se eu te encontrar... irei dar cabo de sua vida por ter estragado o meu filho.
— Culpar o meu pai não vai aliviar a sua consciência pesada por ter me criado mal, mamãe...
— Agora você está me culpando? Ingrato!
A discussão voltou e aquilo parecia um inferno de vozes estridentes ecoando pela mente de Erina. Se algo a família do professor Snape tinha de bom além de suas habilidades e os olhos negros penetrantes era o agudo extremo de suas vozes. Ela precisou correr para algum lugar, e achou um corredor e entrou no primeiro quarto que encontrou e fechou a porta.
As vozes continuaram e isso não aliviou a forte dor. E agora um monte de sussurros... Erina olhou para frente e viu uma enorme bacia de pedra cheia de símbolos ao redor em cima de uma escrivaninha. A penseira que o professor Snape tanto queria para os treinamentos de Oclumência estava lá. Será que tem alguma lembrança nela? Erina não queria mexer ou ver nada do que poderia estar naquele fino líquido transparente que parecia água, mas os gritos dos dois estavam lhe deixando louca.
Erina se aproximou da gigante bacia e olhou para o líquido que girava, mas não mostrava nada. Ela pegou a varinha e colocou na ponta e mexeu um pouco. Nenhuma lembrança. Então fez a pior das hipóteses: enfiou o rosto e caiu de cabeça. Rapidamente sentiu tudo girar e parecer estar caindo para o total vácuo...
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Great
Fanfiction1988-1989. Erina Thompson, com quase dezesseis anos e prestes a entrar no quinto ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts descobriu que amar o professor de poções Severo Snape não é uma tarefa fácil - e pode até ser algo arriscado na maioria da...