[23] A Segunda Tarefa

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Depois de ouvir a conversa daqueles professores, Erina Thompson não queria saber de nada além de ficar escondida em seu quarto, não falando e tendo contato com ninguém. Viu que as luzes ainda estavam acesas no salão da Casa da Árvore, significando que havia gente acordada. Subiu as escadas e apenas tinham alguns alunos da Ilvermorny e Hogwarts conversando entre si. Passou por todos eles, não cumprimentando nenhum estudante da Corvinal e foi direto para o dormitório. Tulipa, Ever e Penélope já estavam em suas camas — novamente, Greta dormia na cama de Tulipa junto do sapo Dênis.

No instante em que foi para colocar sua camisola, logo se lembrou do que Snape lhe dissera nas margens do rio... esvazie sua mente toda noite, antes de dormir. Um belo jeito de esvaziar a mente por completo era a meditação. Inspirar e expirar devagar e deixar que o cérebro relaxe, assim viu uma vez em um programa de televisão dos trouxas nas férias de 1987.

Erina foi para a cama, sentou-se e começou a respirar. Inspirou e expirou bem devagar. Fez isso umas três vezes e seu cérebro já estava começando a relaxar, mas fora atrapalhada por um ronco alto de Ever e depois uma fungada que Greta deu, chegando a assustar Dênis e o fazer pular para o chão. Pena que poções para o sono não curam roncos. Começou novamente, fazendo os mesmos movimentos; as costas e o peito se estufando e voltando lentamente, sempre com os olhos fechados.

Só que, sua cabeça começou a doer como daquela vez. Os símbolos estranhos em vermelho gritando, imagens de cavalheiros guerreando, Merlin observando tudo do alto de um penhasco e uma nova lembrança: parecia ser o rei Arthur junto com os cavaleiros da Távola Redonda guerreando com seres que pareciam ser humanos, mas suas peles eram brancas como a neve os olhos tão verdes que pareciam estar podres, do torso até a virilha não possuía pele e nem órgãos, mas ossos. O terreno era plano, com árvores mortas e um cheiro fétido (Erina conseguiu até mesmo sentir o cheiro, como se estivesse realmente no campo de batalha).

— Avante nobres guerreiros! — gritou Arthur — Derrotaremos as criaturas e invadiremos o castelo que Morgana mantém escondido os Cavaleiros de Metal e acabaremos de uma vez com essa guerra.

— E-espere, meu senhor... — dissera Merlin, mas parecia que Erina estava dizendo, já que via, ouvia e sentia tudo que o antigo mago fazia — Temos que prosseguir com cautela. Morgana não criou estes mortos-vivos a toa. Eles eram antigos cavaleiros que tentaram, sem sucesso, obter o poder que ela roubou dos magos mais poderosos de terras longínquas.

— Tem razão, querido Merlin. Me dói ter que matar a minha irmã, mas não temos nenhuma opção. Se Morgana continuar viva os não-mágicos irão sofrer para todo o sempre com seu reinado de caos e sadismo.

A cabeça de Erina doeu de um jeito que estava prestes a explodir. Quando acordou da visão, abriu os olhos e viu que Ever, Tulipa e Penélope estavam em cima da sua cama lhe observando. A dor acalmou e já não ouvia e nem sentia mais nada daquela época.

— G-gente... o que vocês estão fazendo aqui?

— É nosso dormitório, esqueceu? — disse Ever.

— Erina... que porra é essa que você estava fazendo com a boca?

— F-fazendo com a boca? Como assim?

— Você estava falando coisas esquisitas, imitando a voz de um velho... — disse Penélope divertida — Eu ri um pouquinho do que você estava falando... — Penélope subiu em cima da cama e começou a imitar um senhor de idade — Temos que prosseguir com cautela porque há um monte de zumbis lá fora... — disse a menina engrossando a voz e arrancando risadas de Ever e Tulipa, mas Erina não estava achando graça nenhuma daquilo — Como fez isso? Tomou alguma poção que faz a voz mudar de tom feminino para masculino?

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