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Após voltar para a cidade, Erina Thompson ficara atordoada depois das informações que recebeu e do que Ramiro estava planejando. Por mais que não tivesse dito absolutamente nada, sentiu que ele iria aprontar algo para que Berenice e Tyler morressem na última tarefa. Ela iria avisá-los com certeza e voltou para a pousada, mas sentiu que alguém havia puxado o seu braço. Olhou para cima e viu a imagem de Aldo Alvim, um pouco mais corado e com o ferimento no rosto que fizera com o Sectumsempra apenas como uma cicatriz bem marcante.
— Erina Thompson...
— Professor Alvim... o que está fazendo?
— Quero falar com você sobre o Ramiro. Podemos ir ao Palmeiras de Tupã?
Erina fechou novamente os seus pensamentos e acompanhou o professor até uma das mesas do lado de fora do restaurante. Uma bandeja flutuante vinha trazendo para eles dois copos de suco de laranja com cristais de morango e algumas porções de batata frita. Alvim as pegou e serviu um dos copos para Erina.
— Bem... o Ramiro, ele... já deve ter te mostrado o cajado, não?
— Sim... — disse enquanto tomava o suco desconfiada.
— E o que sentiu quando tocou nele?
— Se o senhor quiser saber o que senti, por que não pergunta para o seu pai? Ou será que ele ainda está de "mau" depois do senhor tentar matar o professor Snape, o professor Warren e a Berê?
— Ok, eu errei em tentar atacá-los, mas só segui ordens do Ramiro. Ele é quem queria acabar com todos e não eu. Sinceramente, por mim, eu quero que ele se exploda com essa suposta doença.
— Por que fala deste jeito do seu próprio pai? O que aconteceu para que fosse tão rancoroso a ponto de querer que ele morra de uma doença terrível...
— Simples, Erina: quero me vingar de tudo que ele fez para mim e para a minha mãe. Ramiro com toda aquela pose de macho e de ser a favor da tal "pureza de sangue" apenas para agradar os europeus e as famílias bruxas tradicionais brasileiras é apenas uma fachada e puxa saquismo para se manter no poder. A realidade é que, ele é tão amante de não-mágicos como o seu querido Snape e estou falando sério. Ele é casado com uma mulher bruxa de família tradicional, mas adora as não-mágicas. Minha mãe foi uma delas e qual foi o resultado de toda essa baixaria? Eu. Sabe quando você se sente um verdadeiro estorvo para a família? Pois era isso que sempre senti em relação a minha mãe. Ela me achava uma espécie de... "tormento".
— Eu... entendo bem o senhor...
— Parece que temos mais coisas em comum do que se imagina...
— Não temos, não. — gritou, batendo o copo de suco com brutalidade na mesa e derramando um pouco na madeira envernizada e escorrendo pelo pé da mesma — O senhor quer a morte do seu pai, mesmo que esteja doente. Meu pai era um homem ruim, sim. Uma pessoa horrível e um trouxa ignorante, mas isso não quer dizer que eu queira a morte dele, pelo contrário. Quero que continue vivo, para que sinta na pele um dia o que eu senti para ver o quanto dói ser discriminado. Vingança só leva a mais dor seja para a parte que sofre tanto para aquele quem a comete.
— Mas pela sua fala você também é uma menina muito rancorosa, querendo que o seu pai sofra o que ele te fez por tantos anos. Por isso que não somos nada diferentes. Mas meu assunto é outro: acha mesmo que o Ramiro está doente? Por favor... ele quer sua mana. Você não consegue enxergar isso?
— O q-que? M-mas eu achei que você era quem queria a minha energia bruxa...
— Eu? E o que eu ganho arrancando sua mana, garota? É o Ramiro que deseja seu poder. A única coisa que desejo é me vingar dele e já tenho a ideia brilhante... — Alvim se aproximou de Erina, curvando-se na mesa — Perca o torneio. Fique em segundo ou terceiro, mas não toque naquele maldito cajado no dia.
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Great
Fanfiction1988-1989. Erina Thompson, com quase dezesseis anos e prestes a entrar no quinto ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts descobriu que amar o professor de poções Severo Snape não é uma tarefa fácil - e pode até ser algo arriscado na maioria da...