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— Muito bem. — Kasimier Warren puxou duas cadeiras na frente de sua escrivaninha para Snape e Erina se sentarem — Vamos conversar desta vez. Sem truques, sem magia e sem trapaças. Os trouxas chamam isso de Terapia de Casal, mas como eu não sou um psicobruxo tentarei ao máximo ser compreensível como fui desde que descobri o relacionamento de vocês.
— M-mas não estamos em crise, professor. — disse Erina — Acontece que ficamos com medo. O senhor bateu no Sev... quer dizer... no professor Snape e o ameaçou de morte. Ele me procurou desesperado e por isso teve a ideia do Obliviate. Meu desespero também não deixou que eu pensasse bem e acabei aceitando.
— Estou vendo o quanto Severo está morrendo de medo.
Erina olhou para cima e Snape não demonstrava absolutamente nada; seu rosto estava fechado como sempre, as mãos cruzadas para a frente e os detalhes da órbita com o hematoma pareciam estar desinchando.
Qual escolha os dois tinham? Erina queria conversar desde o início, mas Snape acabou tendo a ideia de jogar o Feitiço do Esquecimento. Kasimier ficou frente a frente lhes encarando do outro lado da escrivaninha. Erina se lembrou de um filme que via na televisão da fazenda sobre um casal, que estavam em crise no casamento e procuraram um especialista para ajudar na questão. Porém, neste caso, ela e Snape não estavam tendo problemas internos e sim o medo de serem descobertos por mais alguém.
— Comecem. Vou ouvir tudo.
— Thompson falou demais sobre nós para muitas pessoas. — começou Snape — Primeiro, foram para as duas amigas patéticas dela Ever Molin e Zara Reid. Depois foi o Hal Berry e aí mais uma das idiotas: sua queridinha futura auror Ninfadora Tonks.
— Não mais Severo. Depois do Obliviate da senhorita Thompson a mente de Tonks sobre este assunto está zerada... assim espero. — Warren olhou para Erina — Tirando estas pessoas, a senhorita contou para mais alguém sobre o relacionamento de vocês?
— Err... Newt Scamander?
— Ele não vale. — disse Snape — Descobrimos em conjunto. E o senhor Newton é um homem que sabe guardar segredos, diferente dos seus amigos.
— B-bem... tirando ele... acho que só a Mérula. Eu nunca contei nada, mas sinto toda vez que conversamos, que ela parece saber de alguma coisa.
— Deve ser só impressão. A senhorita Snyde tem alguns problemas psicológicos. — disse Warren — Como expliquei anteriormente não sou nenhum psicobruxo, mas desde que comecei a dar aulas para essa menina... noto características de estresse pós-traumático. Sabe se a Snyde sofreu algum trauma na infância, Severo?
— Nada. — Snape respondeu em um tom seco e Erina sentiu que ele estava mentindo.
— Certeza? — Warren deu uma piscadela com o olho direito.
— Afinal de contas a conversa é sobre nós ou a Snyde?
— Está bem, não falo mais disso. Há quanto tempo vocês estão juntos?
— Desde as férias. — disse Erina — Mas a gente combinou de: na escola é aluna e professor e fora daqui é casal. Só que... meu comportamento acaba entregando tudo. Eu tento professor, juro. Só que tem vezes que... bem... acabo pisando na bola.
— Então... aquela patifaria de ontem era só fingimento, Severo?
— Sim. Acha mesmo que vou colocar a corda no meu pescoço e na Thompson? Eu não posso ficar dando bandeira senão todos vão desconfiar. A maioria dos alunos da minha casa acham que eu a odeio e quero que continue assim.
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Great
Fanfiction1988-1989. Erina Thompson, com quase dezesseis anos e prestes a entrar no quinto ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts descobriu que amar o professor de poções Severo Snape não é uma tarefa fácil - e pode até ser algo arriscado na maioria da...