[9] Patrono I

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Ao entrar na Sala Comunal, Erina Thompson se deparou com alunos do primeiro, segundo e de outros anos pulando e gritando pelo seu nome e segurando faixas azuladas com o mascote da casa. Eles usavam, presos em seus uniformes, distintivos feitos caseiramente cor metal azulado e prata que estava escrito em diagonal esquerda: Amamos a Thompson. Apoie-a para o Torneio. A líder deles, era Penélope Clearwater, sua fã número um daquele ano.

— G-gente... o que significa isso?

— Nossa admiração por você. — respondeu Penélope — Ficamos sabendo que vai participar do torneio e estamos fazendo uma campanha para que todos os alunos da Corvinal te apoiem.

Os garotos gritaram e elevaram a voz, esbravejando o nome de Erina. Estava ficando corada, mas de raiva. Não queria tudo aquilo. Não queria fã-clube, apoio para o torneio — depois do que aconteceu, se arrependeu de ter colocado seu nome naquela bacia oca de madeira estranha — ou qualquer benefício dos professores e afins.

— Chega! Voltem para os seus dormitórios. — gritou — Se não vão ficar na Sala para se socializar ou fazerem o dever de casa, sugiro que regressem imediatamente, antes que eu tire pontos de todos.

— M-mas a gente só está te apoiando... — disse Penélope, em tom choroso.

— Sim, Thompson-chan... — disse um garoto do quinto ano com feições orientais (deveria ser algum aluno da Mahoutokoro em intercâmbio, até pelo inglês cheio de sotaque) — Nós todos gostamos de você. — os alunos concordaram.

— Seu nome, por favor. Nunca te vi por aqui.

— Kazuya Takashi. Estou de intercâmbio da Mahoutokoro para o torneio. Nosso sensei que pediu. A professora McGonagall me colocou o chapéu e vim para a Corvinal. Eu não esperava algo diferente, já que sou do clã que tem os mesmos ideais daqui.

— Interessante. Estou vendo que Hogwarts abriu as inscrições para as outras escolas de magia de bruxaria, e não só para a Ilvermorny. Depois quero falar com você em particular. — Erina respirou fundo — Olha, agradeço demais pelo que estão fazendo por mim, mas eu não gosto disso. Eu não sou especial e não tenho nenhuma diferença entre vocês. Não gosto de toda essa bajulação para cima de mim. Porra, eu não sou o Harry Potter!

Aquela foi a primeira vez que Erina dissera um palavrão. Sua mente estava tão dolorida que jamais imaginaria dizer uma coisa daquelas. Os outros alunos, ficaram calados e não disseram mais nada.

— Acho que a Erina não está bem. — disse Penélope — Vamos fazer a campanha amanhã, quando ela estiver melhor.

Os alunos concordaram e se dispersaram. Vendo que Erina não estava mesmo bem, Penélope a ajudou a subir até o dormitório. Naquele instante não havia Tulipa e Ever para gritar e fazer bagunça. A pequenina garota de cabelos encaracolados ajudou a monitora a se deitar e cobri-la.

— Pronto. Você vai ficar quentinha. Quer que eu vá até a cozinha pegar um chá?

— Não precisa. Obrigada Penélope.

— O que você tem, Erina?

— Uma dor de cabeça chata, apenas isso... eu queria que vocês entendessem que eu não sou especial e que não tenho nenhuma diferença aqui. Qualquer aluno de Hogwarts merece completa atenção, como por exemplo, o Gui Weasley. Ele é melhor nos duelos do que eu. Hal Berry, meu amigo, também.

— V-você é amiga de um sonserino?

— Sim. Eu nunca aceitei esse negócio de rivalidade entre nós. Somos todos filhos e filhas de Merlin e nada deveria nos separar. E diferentemente da maioria dos alunos da Sonserina, Hal é um nascido-trouxa, o que quebra um pouco o paradigma que Salazar Slytherin pregava. Sem falar que existem vários mestiços na casa das serpentes.

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