I hate loving you// Nosh Beaurrea

✾ Capitulo 9

                                           P.O.V Josh Beauchamp

Eu realmente não estava conseguindo negar o quanto aquele garoto estava mexendo com meu psicológico.

— Vai ficar no seu celular ou vamos iniciar logo?

Digo o olhando com os braços cruzados.

— Desculpa eu estava respondendo a Sina.

— Só te desculpo se....

O olhei de forma maliciosa, no momento percebi suas bochechas corando, como queria guardar esse ser em um pote e proteger de todo mal, ou seja, o proteger de mim mesmo.

— Eu vou te ensinar alguns macetes em relação ao canto, trouxe umas anotações que pode ajudar.

— Eu não sei não, sou péssimo cantando.

O menor direciona seus olhos aos meus, abrindo um doce sorriso.

— Você é péssimo como pessoa mas em compensação quando se entrega a arte, não importando qual...Cara você se torna perfeito.

Não compreendia o  porque de estar sendo tão paciente comigo e por incrível que pareça aquela atitude da parte dele conseguia mexer com meu psicológico, melhor que o contato físico mas a culpa estava me tomando por inteiro. Droga, por que eu era um monstro com aquele anjo?

— Obrigada...

— Irei fazer uma capela de "I hate u I love u" para perceber como controlo minha respiração, se tiver alguma dúvida pode perguntar que paro.

—Amores irei colocar a tradução da música, porém o Noah a cantou em inglês mesmo–

De imediato o amor da minha vida, merda, quero dizer, o Noah posicionou o violão em sua coxa iniciando a música e caramba, que voz, que sentimento que  colocou em cada palavra da letra.

"Me sentindo usado
Mas eu ainda sinto sua falta
E eu não consigo
Ver o final disto
Só quero sentir seu beijo
Nos meus lábios

E agora todo esse tempo
Está passando
Mas eu não consigo dizer-lhe por que
Dói cada vez que eu te vejo
Percebo o quanto eu preciso de você

Eu te odeio, eu te amo
Eu odeio te amar
Não queria, mas não consigo colocar
Mais ninguém acima de você"

Meus olhos não piscaram uma só vez, cada vez que  abria a sua boca, sentia meu coração bombear meu sangue de maneira rápida.

"Você sente minha falta como eu sinto a sua?
Vadiei por aí e acabei me apegando a você
Amigos também podem partir seu coração
E eu estou sempre cansado, mas nunca de você

Sempre sentindo falta de quem eu não deveria sentir
Às vezes você precisa queimar algumas pontes para criar alguma distância
Eu sei que eu controlo meus e que eu deveria parar de lembrar

Mas eu aprendi com o meu pai que é bom ter sentimentos
Quando o amor e a confiança se vão
Acho que isso é seguir em frente
Todos a quem eu trato bem, me tratam mal
Então a cada noite solitária, eu canto essa música

Eu te odeio, eu te amo
Eu odeio que eu te ame
Não queria, mas não consigo colocar
Mais ninguém acima de você

Eu te odeio, eu te amo
Eu odeio querer você
Você quer ela, você precisa dela
E eu nunca serei ela"

Percebo que de alguma forma o Noah se constrangeu com a letra o fazendo parar de cantá-la.

— Só até essa parte está bom....Conseguiu entender a manobra que faço com a inalação?

Não conseguia responder, naquele momento eu percebi que não importa o quanto lutasse contra, eu o amava...

— Josh?

— Oi, han... É eu percebi, como percebi.

— Então tenta fazer, perceberá que não irá desafinar e que não perderá o fôlego também.

O americano iniciou a notas em seu violão, me guiando para que entrasse no momento certo, assim fiz. Ao finalizar, fiquei ansioso esperando algum comentário da parte dele.

— Josh, deveria usar sua boca para cantar mais, em vez de ficar falando merda.

— haha engraçadinho, agora minha vez de te ensinar o que sei.

— Melhor não, eu sou péssimo para dançar, você sabe disso.

Sua insegurança sempre o impedia de brilhar, me aproximei segurando em sua mão.

— Calma eu irei te ajudar, não deixe seu medo te vencer.

O mesmo assentiu, coloquei uma melodia lenta, após a primeira batida comecei a me movimentar lentamente para que o mais novo conseguisse compreender os passos.

— Não sei não...

Me posiciono atrás dele, pegando em seus braços.

— Sinta a música, sinta a emoção, jogue seus sentimentos para fora em passos.

Movimentava seus braços, mas em um determinado momento o garoto começou a criar seus próprios passos, o que era para ser algo individual, se tornou um dueto improvisado, que por sinal deu muito certo. Estávamos completamente conectados, nosso olhar estava sendo a comunicação essencial, no último toque, passei minhas mãos em seu rosto, o fazendo sorrir como queria viver nesse momento eternamente.

— Acho que conseguimos e nem nos matamos.

Me afastei, sentando na cama.

— Sou obrigada a dizer que Morgan tinha  razão.

Ouço sua barriga roncar, provavelmente de fome.

— Qual é Noah, por que não me avisou que estava com fome? Vamos descer para comer alguma coisa.

Tentei preparar panquecas mas caralho eu era péssimo em cozinhar, o único som presente naquela casa era as gargalhadas do Urrea, que afinal era o melhor som que eu poderia ouvir.

— Desisto!

— Deixa eu fazer as panquecas, não quero parar no hospital com intoxicação alimentar.

— Eiiiii respeita o Master Chef vulgo eu por favor.

Em questão de minutos as panquecas já estavam prontas. Nos sentamos e comemos. A porta da sala se abre e vejo Jasmine correndo na minha direção, porém quando vê o Noah, acaba me deixando no vácuo indo abraçar ele.

— Poxa poxa, fui trocado descaradamente.

— Para de drama filho.

Minha mãe tinha um olhar de surpresa, em seguida deposita um beijo em mim e no rapaz

— Que surpresa boa, fico muito feliz em te ver aqui novamente...

— Muito obrigado, porém já estou de saída, afinal nosso trabalho só falta fazer o script.

Se levantou sorrindo, mas uma chuva extremante forte começou a cair.

Já está tarde, insisto que durma aqui.

— Mas...

— Mas nada Noah, as roupas do Josh servem em você. Querido pega uma muda de roupa para ele.

A olhei surpreso, não acredito que minha mãe iria fazer mesmo o Noah dormir aqui....Que eu não perca o controle, amém!