X - Noutro local, noutra dimensão

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Os cinco rapazes estavam siderados com a visão que se lhes apresentou, assim que entraram pela porta da cabina telefónica azul. Eram incapazes de piscar os olhos, de mexer os braços, de mover os pés, de conjurar um qualquer pensamento que os fizesse falar alguma palavra decente. 

A Clara fechou a porta atrás deles e todos deram um salto ao mesmo tempo.

- Bem-vindos à TARDIS – anunciou ela e tê-lo-ia dito com mais alegria se não estivessem no meio de uma crise.

- Que lugar é este? – perguntou Mike completamente embasbacado.

- É maior... é maior... – balbuciou Dave.

- Por dentro – completou Rob.

- Isto é completamente alucinante! – exclamou Brad que continuava a segurar nas baquetas com a trouxa pendurada nestas.

- Isto é uma nave espacial! – gritou Chester.

O Doutor disse, apontando para cima com um dedo esticado.

- Correto! Estamos dentro de uma nave espacial. A minha nave espacial. Esta é a TARDIS, Time And Relative Dimension In Space. Ela é bastante suscetível, ainda mais do que eu. Por isso, portem-se bem ou irão arrepender-se de terem falado mais do que a conta. Especialmente tu, rapazinho! – E volveu o dedo para o Chester.

O interior da cabina telefónica azul iluminava-se e toda a sua consola vibrava com o regresso do Doutor. Monitores, alavancas, botões, sons e estalidos, a energia a palpitar pelo mecanismo sofisticado que ornamentava o centro da enorme sala principal, o topo da coluna decorado de símbolos a girar. Mike, Chester, Dave, Rob e Brad contemplavam, pela primeira vez, a maravilhosa tecnologia dimensional de Gallifrey e estavam completamente assombrados.

Brad olhou para trás.

- Ei, vocês deixaram cair o Joe?

O Rob mostrou as mãos.

- Foi sem querer, meu. Assustei-me com o que vi aqui dentro. – Virou-se para a Clara, tocou-lhe ao de leve no braço. – O que acontece se formos lá para fora?

- Vai estar a mesma cabina telefónica azul estacionada no passeio. Sim, meus queridos, vocês não estão a ter alucinações. É realmente maior por dentro. Agora é estranho, mas vão habituar-se rapidamente.

Chester sacudiu Mike.

- Porra, este parasita que atacou o Joe só pode ser uma coisa... do outro mundo.

- O que queres dizer, Chester? – disse Mike, a voz arrastada. Fixava os olhos na enorme engrenagem rotativa que ligava a consola ao teto, encantado com os seus estranhos desenhos. – Do outro mundo?

- Uma coisa extraterrestre, meu!

- Uma coisa extraterrestre?! – Brad largou a trouxa que caiu pesada no chão metálico. – Então, já estaremos todos contaminados! Não é um simples pano que vai conter um parasita extraterrestre!

- O vosso amigo tem razão – aquiesceu o Doutor que já manobrava algumas alavancas da consola, acionando dois monitores em simultâneo. Retirou a chave de fendas sónica do bolso do seu casaco e inseriu-a num orifício que fez acender uma profusão de luzes verticais do outro lado daquela torre envidraçada onde se viam passar circuitos e plasma. – Muito provavelmente estarão todos contaminados. Mas têm iguais probabilidades de estarem saudáveis. Vamos despistar isso, numa primeira análise. Podem fazer-me um favor e levar o vosso amigo para um dos quartos da TARDIS? A Clara mostra-vos o caminho. Não o quero a espalhar a enfermidade pelo chão, então é que acabam mesmo todos contaminados e triplicam os meus problemas neste momento.

O Mágico e Os Ladrões de SomOnde histórias criam vida. Descubra agora