XIII - Avançar com determinação

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O Doutor avisou-os, como se fazia aos meninos na escola, de que não podiam mexer em nada. Chester abriu a boca para falar, mas um puxão do Rob calou-o. Olhou revoltado para o baterista. Até o pacífico Robert Bourdon estava a contê-lo! Era quase ultrajante. Amuou e foi cabisbaixo pelo corredor afora.

Nada a assinalar até chegarem à parede dos fundos. Pararam na interseção dos corredores.

- Temos de nos dividir – sugeriu Clara.

Pelo esgar que o Doutor fez, ele não gostou muito dessa ideia. Clara explicou:

- Existem dois corredores e somos sete pessoas. Podemos ganhar tempo se fizermos uma exploração separada. Esta nave parece abandonada, o perigo deverá ser apenas proveniente dos fungos que se estão a desenvolver algures, numa sala específica da nave. Se tivermos cuidado e se não tocarmos em nada, não haverá problema.

- Sim, dividimo-nos em dois grupos – concordou Mike. – Eu, o Chester, o Doutor e a Clara ficamos juntos. Vocês... Brad, Rob e Dave. Serão a segunda equipa.

- E como nos vamos comunicar, se encontrarmos alguma coisa suspeita? Ou como nos vamos defender? Nem sequer temos uma arma de raios, como nos filmes... – disse o guitarrista.

- Uma arma de raios? – espantou-se o Doutor. – Julgas que estás numa simulação de ficção científica, rapaz?

- Bradford – resmungou Chester. – O nome dele é Bradford.

- Os americanos gostam muito de parques temáticos e de falsa adrenalina. O que pensas que está a acontecer aqui? Isto é uma nave zorbaniana, uma relíquia da grande guerra dos herdeiros! Não é um adereço de uma qualquer aventura cinematográfica transformada em divertimento barato de fim-de-semana para as famílias trabalhadoras da América!

- Eles sabem disso, Doutor! – alertou Clara, intrometendo-se. – O amigo deles está gravemente doente e estamos aqui a tentar perceber o que se passa, porque a TARDIS transportou-nos para esta nave onde reside a origem de tudo. O Brad tem razão, sabes? Se nos vamos separar, precisamos de ter um meio de estarmos em contacto uns com os outros. Como o podemos fazer?

O Doutor fungou com desagrado.

- Não nos comunicamos ou não nos dividimos. Escolham!

Gerou-se uma discussão, com toda a gente a falar ao mesmo tempo.

Mike impôs-se com um berro, mandando que todos se calassem. E decidiu:

- Dividimo-nos, sim. Seremos dois grupos, como indiquei. Ao fim de uma hora, se as buscas não derem em nada, voltamos a este ponto e regressamos à TARDIS. Combinado? Dave, tu lideras o segundo grupo. O Doutor será o líder do primeiro grupo.

- Porque é que o Dave é o chefe? – quis saber o guitarrista, empertigado.

- Porque é o mais velho do vosso grupo, Brad. E no nosso grupo, esse estatuto cabe ao Doutor.

- Muito bem, rapaz. Continuas a demonstrar que és o mais inteligente.

Chester rosnou.

O Doutor retirou do bolso do casaco um punhado de rolos amarelos pequenos e compactos. Estendeu a mão.

- Usem isto, por causa do som. Não sabemos no que podemos tropeçar, daqui para a frente. Qualquer proteção é indispensável.

- Eu não tomo medicamentos sem serem prescritos por um doutor... a sério – contestou Chester.

- Com esses tampões como é que vamos ver alguma coisa? – perguntou Brad confuso.

- Vais ver, idiota! Só não vais sentir o cheiro de nada – explicou Rob.

O Mágico e Os Ladrões de SomOnde histórias criam vida. Descubra agora