Acumularam-se assustados junto à porta da TARDIS. Uma voz feminina e calma, idêntica a muitos processadores de voz de computadores centrais que se conheciam de filmes e histórias de ficção científica, deixava o aviso de vinte em vinte segundos de que eles deveriam encontrar uma cápsula de fuga para escaparem à iminente destruição da nave condenada. Tinham menos de cinco minutos para abandonarem o local.
Dave e Brad suavam copiosamente e os seus braços tremiam devido ao esforço de carregarem com a caixa do fungo. Chester saltitava no mesmo lugar e espreitava o fundo do corredor, contando cada passo que o Mike dava e que o aproximava deles e que pareciam demasiado lentos para a urgência da situação. Rob mordia os lábios apreensivo e ansioso, o que não era nada normal. Clara balançava sobre os seus próprios calcanhares, a marcar os passos, mas do seu Doutor que se acercava de forma indolente e até satisfeita, a carregar a guitarra e o amplificador, ignorando como estavam prestes a serem todos obliterados por uma detonação gigantesca. Joe resmungava insistentemente sobre a falta da sua máquina fotográfica, agitava um punho e observava o cenário entre o espanto e a pena.
O Doutor abriu a porta da TARDIS com um gesto teatral, rodando a chave.
Os primeiros a entrar, tropeçando na entrada, foram Dave e Brad que se atiraram para o chão da cabina telefónica, onde pousaram a caixa com um baque brusco.
- Não partiram isso? – perguntou Rob que entrou a seguir.
- Espero bem que não! Não estive a ter esta trabalheira toda para, no fim, não ter servido para nada – ofegou Brad. – Phoenix? Está tudo bem com o fungo?
- Sim... acho que sim – resfolegou Dave. Tossiu e respirou fundo para oxigenar os pulmões. – Que caixa pesada! Mas porque era tão pesada? Não faz sentido!
- Para que vocês desistissem de a trazer convosco. Outro meio de proteção do fungo – explicou o Doutor que entrava e se encaminhava diretamente para a consola, passando por cima deles. – Querem, por favor, levar a caixa para o deque inferior? Não a deixem a atrapalhar a entrada da nave, interfere com os procedimentos de segurança.
- Joe... Rob... estão dentro da TARDIS e estarão mais seguros. Estiveram doentes e já não irão ficar, neste estágio final. Carreguem agora a caixa, por favor – implorou Brad, esfregando o esterno.
- Sim, façam lá essa boa ação – choramingou Dave.
O disc jockey entrou na nave e ia para fazer o que lhe estava a ser pedido, pois o trajeto era muito mais curto do que aquele que lhe fora exigido do viveiro até ali, não se importaria de suportar o peso da caixa do fungo, mas paralisou ao verificar que o interior era maior do que o exterior absurdo que se assemelhava a uma caixa de madeira azul.
- A nave... a nave...
- Sim, é maior por dentro – desvalorizou Rob, impaciente. – Anda cá ajudar-me e já te contamos tudo durante a viagem.
Foi a vez de a Clara entrar e chamou:
- Chester! Mike! Depressa! Faltam menos de trinta segundos!
- Mike!! Corre, meu!
Os dois entraram na TARDIS abraçados pelos ombros, quando a voz feminina anunciava que faltavam dez segundos e começava a contagem regressiva imparável e inevitável, do nove até ao zero, até à explosão, até ao fim. Clara fechou a porta. O Doutor baixou a alavanca. A geringonça vibrou e estavam em viagem.
Chester atirou-se para os braços de Mike e apertou-o contra si.
- Chazy, está tudo bem. Estamos salvos. Estamos todos salvos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Mágico e Os Ladrões de Som
FanfictionO Doutor e a Clara esperam passar uma tarde de verão divertida num festival de música, mas deparam-se com uma ameaça alienígena inesperada que pretende invadir a Terra e transformar todos os seus habitantes em mortos-vivos. Uma aventura diferente on...