Chester Bennington despiu o casaco assim que chegou ao estúdio caseiro de Mike Shinoda. Queixou-se do calor que estava ali dentro, Mike recordou-lhe que era inverno e que fazia frio lá fora, tinha o aquecimento ligado, que podiam estar de manga curta e era um sinal de conforto, ao que Chester replicou que estavam na Califórnia, nunca era inverno na Califórnia comparado com o Canadá, e os dois riram-se um para o outro.
Chester sacou do seu telemóvel e atirou-se para o sofá. Mandou algumas mensagens a amigos que estavam pendentes, algumas com mais de duas semanas. Ele era conhecido por não ser muito regular nas respostas que devia aos outros. Era assíduo no telemóvel, nunca o dispensava, chegava a ser viciado no aparelho, mas não sabia gerir muito bem as prioridades e navegava nas suas obrigações a olho.
Mike disse-lhe que a nova canção estava praticamente terminada e Chester murmurou, enquanto escrevia freneticamente com os polegares sobre o teclado minúsculo do telemóvel.
- Chaz?
- Hum...
- Quando terminares, avisa. Preciso de ti comigo, não quero a tua atenção dividida.
Qualquer pedido do japonês era uma ordem, para mais quando se relacionava com trabalho e Chester largou imediatamente o telemóvel no sofá. Recostou-se. Esfregou o rosto e escamoteou um bocejo entre os dedos.
Mike rodou a cadeira para ficarem de frente um para o outro.
- Tens dormido?
- Esta noite... por acaso, dormi mal.
- Continuas com os pesadelos?
- Não.
- Chaz...
Chester admitiu.
- Sim, continuo. O fungo infeta-me e eu mato-vos a todos, a começar por ti. Em vez de vos contaminar, aperto-vos o pescoço e estrangulo-vos. O Joe é sempre o último e está a rir-se como um louco. Não gosto de me lembrar disso, Mike...
- Tens comentado os pesadelos com o teu terapeuta?
- Falei uma vez, sim... não posso estar sempre a repetir a mesma coisa, o meu terapeuta vai querer saber como fui inventar essa história de um fungo verde que vem do espaço. Por isso, vou escondendo esses sonhos. E também já sei o que ele me vai dizer. Receita-me mais comprimidos para dormir e fica tudo bem.
- Podes falar com o teu terapeuta, sem dar a indicação de que os teus sonhos são inspirados em acontecimentos reais. Não podes falar sobre... os nossos amigos distantes.
- Sei disso, Mike. Sei disso! Mas sempre fui um nerd. E já vi OVNIs, quando morava no Arizona. Contei isso numa entrevista recente, que dei para uma estação de rádio...
Mike levantou a cabeça.
- O que foi que disseste?
- Dei uma entrevista para uma estação de rádio e falei em OVNIs. Eram umas luzes no céu estranhas que não têm qualquer explicação. Já te contei essa história...
- E que mais, Chaz? – pediu Mike.
- Que mais o quê?
- Tu não te calas quando puxam por ti. Entregas o jogo todo.
- Ei!
- Chester Bennington! Nós combinámos que não ias falar de aliens nas entrevistas. Pelo menos, não nestes próximos anos. Ainda para mais, estás a ter esses pesadelos e andas claramente fragilizado com o que nos aconteceu. Está a influenciar-te e eu conheço-te. Quando encontras alguma empatia no teu interlocutor, confessas todos os teus pecados. Chegas até a descrever tudo ao detalhe, para que o perdão seja abrangente e cubra todas as tuas faltas, lavando-te a alma. Por isso, meu amigo, desembucha. Agora vais confessar-te comigo.
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O Mágico e Os Ladrões de Som
FanfictionO Doutor e a Clara esperam passar uma tarde de verão divertida num festival de música, mas deparam-se com uma ameaça alienígena inesperada que pretende invadir a Terra e transformar todos os seus habitantes em mortos-vivos. Uma aventura diferente on...