- Doutor!!!!
Clara despertou numa aflição sufocada. Sentou-se a respirar tão depressa, o coração a bater tão desvairado, que teve a necessidade de juntar ambas as mãos no peito para acalmar a sua agitação interna.
Olhou em volta e descobriu-se no chão da TARDIS. No chão duro da TARDIS e zangou-se, porque era uma imensa falta de respeito que ela estivesse ali deitada, descartada como qualquer... Cerrou os dentes. Como qualquer objeto inútil que se larga onde o deixamos cair!
Levantou-se a alisar a saia amarrotada. O senhor do tempo estava ocupado com a navegação da nave. Entretido com as alavancas da consola, dividia a sua atenção entre monitores e diversos botões, o seu rosto iluminado por diversas cores, do laranja, ao azul e ao branco.
- Doutor!
- Olá, Clara Oswald – devolveu ele sem a encarar.
- O que estava a fazer no chão? – E apontou, ressentida, para o local onde tinha despertado.
- Partimos à pressa. Não tive tempo para te encontrar um colchão macio.
- E largaste-me... assim que entraste na TARDIS.
- Se já sabes que foi isso que aconteceu, não adianta estares a perguntar-me. Sim, confirmo. Larguei-te assim que entrámos na TARDIS.
- Não estava a perguntar.
- Muito bem, Clara Oswald.
Ela cruzou os braços. Rosnou, agastada e bateu com o pé no chão.
- Foi muito indelicado da tua parte. E tive um sonho horrível porque estava a dormir nesse chão desconfortável e frio.
Aquela deixa chamou a atenção do Doutor que inclinou o corpo um pouco para a esquerda e espreitou-a, intrigado.
- Disseste... um sonho horrível.
- Sim, um pesadelo – explicou Clara com uma certa afetação de menina caprichosa. – Essa é a definição de sonho horrível. A Terra estava a ser atacada por daleks furiosos que disparavam indiscriminadamente contra uma multidão que tentava fugir da contaminação daqueles fungos que atacaram o Joe Hahn, dos Linkin Park. Havia... havia centenas de mortos e tu não fazias nada. Eu estava desesperada, queria ajudar as pessoas, mas tu não me deixavas!
O Doutor largou a consola. Veio até ela. Perscrutou-lhe o rosto, com uma tal avidez, que ela dobrou as costas para trás para se evadir daquele escrutínio intenso que a deixou incomodada. Protestou, num tom débil:
- O que pensas que estás a fazer?
Ele disse-lhe:
- Não foi um pesadelo, Clara Oswald. Estiveste efetivamente na Terra durante uma violenta invasão dalek.
- O... o quê? Não é possível... não era real.
- Não, não era real – concordou o Doutor afastando-se. Rodou uma manivela e houve um solavanco e um ranger, seguido de um apito estridente. A nave peculiar chegava ao seu destino. – Tratava-se de uma dimensão alternativa. A Missy andava por lá, atraída pela cisão dos mundos, pela destruição dos paradigmas, pela interrupção das linhas do tempo. Ela agora vagueia entre universos, a seguir o meu rasto. Despedimo-nos e haveremos de nos voltar a ver... nesta dimensão. Quando existir outro rasgão no tecido das eras.
- A Missy! Encontraste... a Missy?! – indignou-se Clara.
- Ou melhor, ela encontrou-me. Agora sei que terei de estar atento para que ela nunca me perca de vista. É perigoso deixá-la à solta, ainda que na qualidade de um viajante perdido entre dimensões. Não sabemos os estragos que pode provocar. Chegámos.
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O Mágico e Os Ladrões de Som
FanfictionO Doutor e a Clara esperam passar uma tarde de verão divertida num festival de música, mas deparam-se com uma ameaça alienígena inesperada que pretende invadir a Terra e transformar todos os seus habitantes em mortos-vivos. Uma aventura diferente on...