– Ei, Spencer! – gritou Chaz ao entrar na cabana onde estava acontecendo a festa, sorrindo de orelha a orelha.
Retribuí o sorriso, acenando para ele. Chaz estava simplesmente lindo com uma camisa social escura, com as mangas arregaçadas, e uma bermuda. Usava tênis. Os outros garotos estavam mais despojados do que Chaz. Percebi que alguns deles ficaram implicando com ele por causa disso, mas Chaz não pareceu se abalar. Ele apenas dava um breve sorriso e os ignorava.
As garotas, em geral, estavam de vestido. Como não pensei que fosse ter uma festa, não coloquei um sapato mais arrumado. Também não levei maquiagem – naquela época, usar maquiagem não fazia parte da minha vida. Andei na direção de Chaz; e ele, na minha. Nós dois nos encontramos praticamente no centro da cabana. Era como se nós dois fôssemos as únicas pessoas presentes naquele lugar.
Bem clichê, eu sei.
– Você está muito bonita, Spencer – começou a dizer, apontando para mim. Sorri, mordendo o lábio. Minhas bochechas, provavelmente, coraram. – Não que você não seja muito bonita normalmente, porque você é...
Ele passou a mão no cabelo, um pouco sem graça. Acho que aquilo era tão difícil para ele quanto para mim.
– Obrigada – agradeci com um sorriso. – Você também não está nada mal.
– Obrigado? – perguntou, franzindo o cenho.
Isso me fez rir.
– Foi um elogio.
Ele suspirou, colocando a mão no peito.
– Você quer dançar? – indagou, olhando para as pessoas ao nosso redor. A maioria delas já estava dançando. Dei de ombros. – Não sou o melhor dançarino do mundo, mas acho que também não sou o pior.
– Tudo bem – aceitei. – Acho que também não sou a melhor dançarina do mundo.
Nós trocamos um olhar e começamos a dançar, seguindo o ritmo da música. Eu não a conhecia, mas era animada. As pessoas ao nosso redor pulavam e mexiam o corpo praticamente em sincronia. Chaz e eu tentamos acompanhá-las, mas realmente não éramos os melhores dançarinos do mundo – nem do acampamento.
Eu e ele ríamos de nossos passos desajeitados, quando começou a tocar outra música que eu também desconhecia. Os olhos de Chaz se arregalaram e se encheram de brilho.
– O que foi? – perguntei, aproximando o rosto do dele.
– Essa música... Foi uma das que eu escolhi para tocar aqui – respondeu, sorrindo e dançando. – Você não conhece?
Balancei a cabeça em negativa. Ele soltou uma exclamação.
– É de um dos meus filmes favoritos. Já ouviu falar em Clube dos Cinco? – indagou, arqueando as sobrancelhas.
Meneei a cabeça em afirmação. Poderia não ter assistido ao filme, mas o nome me era familiar. Precisaria assisti-lo quando chegasse em casa.
– Essa música toca no filme. Se chama Don't you (forget about me), da banda Simple Minds. Não acredito que nunca a escutou.
– Nem assisti ao filme – admiti, fazendo-o arregalar os olhos.
– Não acredito! – exclamou, negando com a cabeça, boquiaberto.
– Pode acreditar, porque eu realmente não assisti.
E bastou eu dizer isso para que algumas pessoas começassem a gritar para que passassem a música. Chaz ficou irritado e incrédulo, cerrando os punhos.
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Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]
RomanceQuanto um verão é capaz de impactar a vida de uma pessoa? É possível que uma paixão determine o futuro de uma pessoa? Spencer Abrams talvez tenha suas respostas para essas perguntas. Após concluir seu último ano escolar, em meados de junho, Spencer...