Capítulo 58

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– Tem certeza de que não quer que meus pais a levem até a casa de Zoe? – pergunta Emily, olhando para mim.

Já pegamos nossas bagagens na esteira. Agora estamos do lado de fora do aeroporto, no ponto de táxi. Emily vai para casa, e eu, para a de Zoe Black. Eu e Derek vamos passar esses dias lá.

Assinto com a cabeça.

– Não se preocupe, Emily – respondo com um sorriso. – Zoe já me mandou o endereço dela. Se tivéssemos chegado um pouco antes, teríamos nos encontrado com ela e com Derek. Faz pouco tempo que saíram daqui.

Emily suspira.

– Se você não quer vir conosco só para não nos atrapalhar, saiba que não está atrapalhando. Meus pais querem conhecê-la, assim como Dakota.

Dakota. Também quero conhecer sua irmã. Pelo que Emily diz, ela parece ser uma pessoa especial. Mas, lá no fundo, todos nós somos especiais... só que de maneiras diferentes.

– Não precisa se preocupar. De verdade.

– Então, por favor, venha cumprimentar meus pais. Eles estão logo ali – insiste, apontando para um lugar um pouco atrás do ponto de táxi.

Ergo as mãos.

– Tudo bem. Só vou conhecê-los, sem carona.

Ela aquiesce, sorrindo. E sei, através do seu sorriso, que há algo que ela quer esconder. Ergo uma sobrancelha. Ela finge que não vê. Segue na direção do carro dos pais. Suspiro e vou atrás dela.

Assim que paramos diante de um veículo preto, um casal e uma garota descem dele. Passo as mãos suadas na legging. Emily pode ser apenas minha amiga, mas quero que seus pais gostem de mim. E não tenho muita prática em conhecer os pais dos meus amigos, afinal, o único amigo que tenho, ou que tive durante anos, é Derek.

Que fique bem claro: não estou reclamando disso.

Dakota pode não ser filha biológica deles, no entanto, sinceramente, ela se parece muito com a mãe. As feições podem ser diferentes, só que a cor do cabelo e a cor dos olhos são iguais. E, aparentemente, ela se sente como se fizesse parte daquela família, o que é o ponto mais importante para mim. Enquanto isso, Emily se parece mais com o pai.

Antes de me apresentar a eles, minha amiga se abraça com sua família. Algumas lágrimas escorrem, lágrimas de saudades e de felicidade. Penso nos meus pais e em quando poderei vê-los. Sorrio, com os olhos marejados, quando Emily se vira para mim.

– Mãe, pai, Dakota... – começa, apontando e olhando tanto para mim quanto para seus familiares. – Esta é Spencer. Spencer, estes são meus pais e minha irmã.

Dakota me encara com seus olhos azuis, praticamente boquiaberta. Sua aparência realmente se encaixa no mundo dos populares, apesar de isso não parecer ser a coisa mais importante para ela.

– É um prazer conhecê-la, Spencer – diz a mãe de Emily, seus olhos azuis fixos nos meus. Seu cabelo loiro, liso, está um pouco acima dos ombros. – Pode me chamar de Elizabeth.

– Realmente é um prazer conhecer a nova amiga da nossa filha – manifesta-se o pai, também sorrindo, balançando a cabeça. Seu cabelo é castanho. E seus olhos são cinza. – Pode me chamar de Frederick.

– O prazer é todo meu – retruco, um nó se formando na minha garganta.

Aqui estou eu, diante dessas três pessoas, que, provavelmente, sabem sobre minha vida pessoal – amorosa ou sexual? –, mas que me tratam como se eu fosse mais do que isso, como se eu tivesse mais a oferecer do que tudo que foi postado na internet.

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora