Capítulo 4

22 1 6
                                    

Mark engole e respira fundo, olhando para mim.

– E você? Como tem sido a sua noite? O que aconteceu para você...? – pergunta, apontando para meu rosto e minhas mãos agora limpos.

Engulo em seco, sabendo exatamente a que ele está se referindo.

– Não estou a fim de falar sobre isso – respondo, mordendo o lábio, olhando para a mesa.

– Se é assim... Nenhum de nós menciona os acontecimentos dessa noite. Nenhum de nós entra em detalhes. Combinado? – retruca, fazendo-me olhar para ele com as sobrancelhas arqueadas. – Assim como você, não quero ficar conversando sobre meu pai, ou sobre a nova mulher dele.

Assinto com a cabeça e ergo a mão, chamando o garçom, que não demora a parar ao meu lado com um cardápio na mão. Faço meu pedido e observo o garçom ir embora.

– Então... – começo, fitando Mark, que toma um gole do refrigerante. – Você já pensou sobre ser meu modelo?

– Você não desiste nunca? – dispara, rindo e balançando a cabeça em negativa.

– Sou acostumada a conseguir o que quero. E, quando não consigo...

– Você se sente frustrada? – ele ergue uma sobrancelha.

– Muito – respondo, suspirando. – Vou tentar te convencer até ter certeza de que nunca vou conseguir. Então, pode se acostumar com a minha insistência.

– Acho que posso me acostumar com isso – diz Mark. Um sorriso se forma em meus lábios.

Agradeço por ele estar olhando para a comida dele. Agradeço por ele não perceber que me afetou com o que disse. Olho para o lado, para onde fica a porta que dá para a área da piscina. Meu sorriso se desfaz. Pensar no que me aconteceu há poucos minutos me afeta mais do que eu gostaria.

Respiro fundo e tento focar no presente, naquele momento com Mark.

Minha cabeça lateja e tenho vontade de me deitar e dormir, mas minha vontade de conhecer Mark é muito maior, então, luto para ficar ali com ele. Até porque meu prato ainda não chegou. Essa é apenas uma desculpa para não admitir o quanto gosto de Mark, mesmo que só tenha conversado com ele umas duas, três vezes.

– Você sabia que a banda Captain, My Captain está aqui? – indaga, trazendo-me de volta à realidade.

– Sabia, mas admito que não conheço nenhuma música – respondo com um breve sorriso. – Nunca tinha ouvido falar dela. Você gosta?

– É uma das bandas mais famosas do momento, posso assim dizer. Está ganhando visibilidade agora – diz ele, passando a mão no cabelo. – Ela vai tocar na festa de amanhã, ou é na de domingo. Não sei – dá de ombros. – Eu conheço algumas músicas. As que conheço, eu gosto. Os covers da banda também são muito bons. Os caras tocam muito bem e a garota canta muito... – sua voz falha.

Arqueio as sobrancelhas.

– Aconteceu alguma coisa? – quero saber, ao perceber que ele está com o olhar vidrado em algum lugar.

– Falando na banda... Olha lá – aponta, fazendo-me virar na direção dos elevadores. Na frente deles, há uma garota e um garoto; ambos estão molhados, como se tivessem acabado de cair na piscina. Ela está de biquíni e short. E o garoto está com o braço sobre os ombros dela. Assim que os vejo, fico tensa. – Chaz Houston é o baterista.

Engulo em seco ao vê-lo com outra garota. Ele toca em uma banda famosa? Como Derek nunca me contou isso? Claro que sei por que ele não me contou. Sei que pedi para ele evitar mencionar Chaz e qualquer coisa a ver com ele, mas, mesmo assim, fico chateada por meu amigo ter escondido isso de mim.

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora