Capítulo 24

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Uns quinze minutos se passam, e o pessoal começa a se dispersar. Lyle e Dylan decidem ir para o quarto com Hope, que está dormindo. Kyle e Emily aproveitam para sair também. Tori, Chaz, Zoe e Ethan decidem tomar banho de piscina. Sei que Derek quer ter mais tempo com Black, então, pergunto se podemos ir com eles. O que todos respondem que "sim".

Seguimos para a área da piscina. As garotas ficam de biquínis e pulam na água. Os garotos tiram as camisas e pulam logo depois delas. Apenas os observo, do lado de fora. Não estou muito a fim de entrar na piscina. Respiro fundo e olho ao meu redor. Encontro Mark sentado à mesa redonda, perto do bar. Ele está comendo um sanduíche. Ou terminando de comer.

Aproximo-me dele.

– Posso me sentar aqui? – pergunto, apontando para uma das cadeiras vazias perto da dele.

Mark passa o guardanapo na boca, assentindo com a cabeça.

– Sinta-se à vontade – sorri.

Retribuo o sorriso, sentando-me de frente para ele. Mark termina de mastigar um pedaço do sanduíche e engole.

– Quer? – pergunta, estendendo-me o sanduíche já pela metade.

– Não – respondo, meneando a cabeça em negativa –, mas obrigada. Praticamente acabei de comer.

Ele toma um gole do refrigerante.

– Você não deveria estar comendo algo mais refinado? – indago, erguendo uma sobrancelha. – Sabe... para quem quer fazer Gastronomia, você não acha que deveria estar comendo algo mais... não sei... diferente?

Ele apenas sorri, dando de ombros.

– Normalmente, gosto de provar coisas novas, mas hoje eu estava a fim de um sanduíche. Especialmente porque, daqui a alguns minutos, meu pai virá me buscar para passearmos, para conversarmos. Dessa vez, ele não quis se dar ao trabalho de reservar um restaurante para comermos.

– Você não parece muito ansioso para conversar com ele – observo, mordendo o lábio.

– Não estou. Para ser sincero, estou cansado dessas tentativas de conversar com meu pai. Nunca dá certo. Algum dia, quem sabe... mas, até o momento, nossas tentativas não têm dado muito certo.

– Mas não perca a esperança – retruco, apertando sua mão sobre a mesa. Seus olhos castanhos se encontram com os meus. Sorrio. Meu coração acelera. Respiro fundo. – Vai dar tudo certo.

Ele dá um breve sorriso, balançando a cabeça em afirmativa.

– Ainda tenho esperança disso, mas, às vezes, não tenho muito ânimo de aguentar algumas posições do meu pai. Sei que é meu pai, mas, mesmo assim, não deixa de ser um idiota. E não digo apenas comigo... mas com a minha mãe. Ele já a fez sofrer muito.

"Isso é uma das coisas que me dá mais raiva. Ele já fez várias coisas ruins, mas finge que não fez nada de errado. E, às vezes, começa a criticar minha mãe na minha frente. É quando não aguento e começo a gritar com ele. Nossas discussões, em geral, se iniciam por causa disso"

Mark para de falar. Percebo que seus olhos estão marejados. Aperto sua mão na minha, sentindo uma pontada no peito. Nunca o vi assim, tão vulnerável. A única vez em que o vi quase desse jeito foi no dia em que comemos juntos, no restaurante. Mas esse não foi o tema central da nossa conversa naquele dia.

Mark passa as mãos nos olhos.

– Então... como está sua vida de famosa? – pergunta, arqueando as sobrancelhas e levando o sanduíche à boca.

Suspiro, cruzando os braços e me remexendo na cadeira.

– Preferia não ser famosa pelo que aconteceu – digo, olhando-o nos olhos. Mark apenas aquiesce. – O que aconteceu no acampamento... me assombrou por anos. Ainda me assombra, posso assim dizer.

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora