Capítulo 18

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Quarenta minutos se passam, e nós não temos um plano. Claro que, nesse meio tempo, alguns de nós demos algumas sugestões, mas nada que realmente pudesse ser realizado. Agora, estamos sentados ao redor de uma mesa, na área da piscina, um olhando para o outro, pensativos.

– Acho que, talvez, vocês devam aceitar que esse vídeo vazará algum dia, e... – começa Tori, mas sua voz some quando Chaz a encara com os olhos marejados.

Ele não quer que ninguém veja aquilo. Ele não quer que ninguém escute suas palavras. Eu também não quero que minha vida seja exposta, mas, até o momento, essa é a única opção, ou ficaremos reféns das vontades de Audrey para sempre.

– Talvez Tori esteja certa – argumenta Kyle, atraindo a atenção de todos nós. Ele não se abala pelo olhar do amigo. – Sei que é sobre sua vida que estamos falando, Chaz, mas esse não é o fim do mundo. O que de pior isso pode acarretar?

– Cara, nós estamos falando dos meus sentimentos! – exclama Chaz, batendo a mão na mesa.

Uma lágrima rebelde escapa de seus olhos. Kyle abaixa o olhar por um milésimo de segundo antes de mirar o amigo.

– Isso não é certo! Se eu quisesse que todo mundo soubesse o que eu fiz, meus arrependimentos, meus sentimentos... – sua voz falha. Chaz cerra o punho. – Quem você acha que deveria ter a liberdade de contar sobre isso?

– Então, por que não faz exatamente isso? – retruca Emily, arqueando as sobrancelhas.

Nós olhamos para ela. Percebo que ela encolhe os ombros por um breve momento. Emily não é muito fã de atenção, consigo perceber.

– Por que não conta para todo mundo o que tem naquele vídeo? – continua, mordendo o lábio. – Você só precisa fazer isso antes de Audrey. Você vai contar a sua história, e, quando... E se o vídeo vazar, não vai ter tanta importância assim.

Chaz dá uma breve risada, revirando os olhos.

– Mas esse é o problema, Emily – dispara Chaz, passando as mãos no cabelo. – Se Audrey não chantageasse Spencer – aponta para mim –, eu não teria que contar nada disso para ninguém. As únicas pessoas que saberiam seríamos nós. Por que a minha vida tem que ser um livro aberto para todo mundo?

– Não precisa ser um livro aberto para todo mundo...

– Mas é isso que minha vida será quando esse vídeo for postado, Tori! – exclama Chaz, olhando para a amiga. – Não somente a minha vida, mas também a de Spencer. Eu a estou arrastando para isso...

Chaz suspira, apoiando os cotovelos na mesa e passando as mãos no rosto.

– Sinto muito, Spencer. Isso não é justo com você – diz ele, seus olhos se encontrando com os meus. Sei que está sendo sincero. Apenas assinto com a cabeça, minha mente trabalhando a mil.

A mão de Derek aperta a minha sobre minha perna. Olho para meu amigo e esboço um breve sorriso, agradecendo pelo apoio.

– Então, o que nós faremos? – pergunta Chaz, remexendo-se na cadeira, seus olhos fixos nos meus, porque, apesar de nossos amigos estarem ali para nos ajudar, aquilo é sobre nós dois.

– Por mais que eu não queira que minha vida seja exposta para todo mundo, acho que concordo com seus amigos. Audrey não vai se contentar com um encontro. Ela vai querer sempre mais, e ela tem meios de nos chantagear, então... – respondo, suspirando. – Talvez seja melhor arrancar o band-aid de uma vez. Ou você vai fazer tudo que ela quiser para o resto da vida?

– E, mesmo que você faça tudo que ela quiser – manifesta-se Derek, atraindo a atenção de todos –, o que garante que ela não postará o vídeo mesmo assim?

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora