Capítulo 34

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Chaz pede para conversar comigo a sós. As garotas nos deixam sozinhos, no lobby. Enquanto elas se afastam, penso nos amigos de Chaz. Ele pergunta onde quero conversar. Respondo que pode ser em qualquer lugar, contanto que eu possa comer. Estou morrendo de fome.

Ele sorri e aponta na direção da porta do resort. Sei para onde Chaz quer ir. Aceito com um sorriso.

Sigo para a rua, com ele ao meu lado. No início, nenhum de nós diz nada. Meu coração acelera e meu estômago ronca. Sorrio, olhando para o chão, um pouco envergonhada. Quero perguntar para Chaz sobre ele e Zoe. Quero saber o que decidiram. Quero saber o que sente em relação a ela. Mas não consigo fazer minha boca dizer essas palavras.

Entramos na lanchonete e nos acomodamos na mesma mesa em que nos sentamos da outra vez em que estivemos lá. Dorothy vem nos atender com um largo sorriso, fingindo não ter visto ou lido nada ao nosso respeito. Fazemos o nosso pedido – hambúrgueres e batatas fritas – e voltamos ao silêncio.

– Hã... – começa Chaz, passando a mão no pescoço, depois de mais alguns minutos. Minhas mãos suam. – Eu conversei com Zoe, sabe... sobre ela gostar de mim.

– Sei que não tenho nada a ver com isso, mas... – digo, mordendo o lábio. – Como foi?

Chaz respira fundo.

– Foi melhor do que eu esperava, acho. Zoe confessou que sente algo por mim. Ou acha que sente... há muito tempo. Me senti mal por não ter percebido antes. Mas ela me disse que gosta do Derek. Acha que ele é um cara legal, e que, mesmo que não dê certo, mesmo que seja só um romance de verão, ela vai tentar algo com ele, se ele quiser. Quando retornarmos para Chicago, conversaremos de novo.

– Você sente algo por ela? – indago, erguendo uma sobrancelha.

– Não sei – responde, dando de ombros. – Nunca pensei em Zoe dessa maneira. Sempre a imaginei como amiga, quase uma irmã. Nunca pensei que ela gostasse de mim assim... então, nunca parei para pensar direito no assunto. Agora que sei, talvez as coisas mudem, talvez não. Realmente não sei. Só o tempo me dirá.

Assinto com a cabeça, absorvendo suas palavras.

– Mas isso... sobre ela e Derek serem um romance de verão... bem... isso me fez lembrar de nós dois – continua, apontando para mim e para si. – Somos um romance de verão, mesmo que aquele verão do acampamento tenha terminado de maneira negativa. Pensei que pudéssemos continuar aqui, mas, então... vi você e Mark, na praia.

– Ah – é apenas o que escapa dos meus lábios abertos.

Não sei o que dizer para Chaz. Meu coração dispara. Meu estômago ronca. Entrelaço minhas mãos sobre a mesa. Respiro fundo.

– Mark e eu não estamos juntos. Nós estávamos apenas conversando e... nos beijamos, mas não estamos juntos. Conversamos sobre isso. Ele não acha que devemos ter qualquer tipo de relacionamento agora.

– Sério? Mark não quer nada com você? – Chaz parece não acreditar nisso, balançando a cabeça em negativa. – Ele é a fim de você. Isso é visível para todo mundo.

– Não falei que ele não gosta de mim. Só disse que... ele acha que não estamos prontos para ter um relacionamento agora. Talvez ele esteja certo. Porque ele sabe que não sei quais são meus sentimentos em relação a você. Não posso ficar com ele, se posso estar tendo sentimentos por outra pessoa. Entende?

Chaz assente com a cabeça.

– Então, você tem sentimentos por mim? – ergue uma sobrancelha.

Sorrio, sentindo minhas bochechas corarem.

– Pode parecer difícil de acreditar, mas sim, ainda sinto algo por você. Se é algum resquício do passado, não sei.

– Também sinto algo por você, Spencer – diz Chaz, sua mão segurando as minhas sobre a mesa. Ele sorri. Eu sorrio. – Podemos ser apenas um romance de verão, ou podemos ser mais do que isso. Mas como iremos descobrir?

– Não sei – dou de ombros. – Acho que só saberemos tentando. Hum... deixando as coisas fluírem.

– Acho que é isso – digo, respirando fundo. – Precisamos deixar as coisas fluírem.

Dorothy chega com nossa comida. Separamos nossas mãos. Meu estômago ronca e minha boca começa a salivar. O cheiro está delicioso. Agradecemos à Dorothy e a observamos ir embora. Pego o hambúrguer e o levo à boca, dando uma mordida enorme. A comida está deliciosa. Fecho os olhos e a saboreio.

Quando volto a abrir os olhos, percebo que Chaz está me observando com um sorriso.

– O que foi? – pergunto, depois de engolir.

– Nada – responde, apontando para o meu rosto. Ele come um pouco de batata. Mastiga e engole. Sinto o molho escorrer pelo meu queixo. Sorrio, pegando um guardanapo e limpando-o. – Só estou feliz por estarmos aqui. Por estarmos bem.

– Também estou feliz por isso.

– E estava pensando... Vai haver uma festa hoje à noite, no resort mesmo. Você está a fim de ir como minha acompanhante?

– Você está falando sério? – retruco, arregalando os olhos.

– Sim, não. Sim, se você quiser – diz Chaz, um pouco hesitante, passando a mão no cabelo.

– Eu quero – respondo com um sorriso. – Quero sim.

Chaz Houston sorri. Meu coração acelera.

– Talvez isso seja o início de algo bom.

– Talvez – concordo, sorrindo e balançando a cabeça. – Talvez.

Continuamos a comer em silêncio. Me sujo mais uma vez. Chaz ri. Eu rio. Dou de ombros e dou outra mordida. Mais molho escapa. Desisto de me limpar.


Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora