Quando terminamos de comer, nós pedimos a conta. Mais uma vez, deixo que Chaz pague. Ao contrário dele, não fico caminhando com a carteira pelo resort, então, não estou com dinheiro no momento. Agradecemos Dorothy e saímos da lanchonete. Caminhamos um ao lado do outro, até que sinto a mão de Chaz segurar a minha.
Sorrio, olhando para ele, e entrelaço meus dedos nos seus. Por um breve momento, nenhum de nós diz nada.
– O que você vai fazer em relação a sua irmã? – pergunto, arqueando as sobrancelhas.
Chaz respira fundo.
– Vou conversar com ela. Tentar, pelo menos.
– Não imaginei que ela fosse assim – digo com um sorriso. – Quando conversamos no acampamento, você me falou dela, e nunca imaginei Cindy assim. Como você me contou, certa vez, ela é autoconfiante. Aparenta ser determinada. Parece que, quando ela quer irritar alguém, ela tenta até conseguir – brinco. Isso o faz rir.
– Normalmente, ela não precisa tentar muito para conseguir irritar alguém – retruca Chaz, apertando minha mão na sua. Sorrio. – Sinto muito pelas coisas que ela disse. Sinto muito por ela estar querendo se meter na sua vida...
– Tudo bem – interrompo-o, dando de ombros. – Não me importo muito com a opinião dela.
– Não se importa? – indaga, erguendo uma sobrancelha. Balanço a cabeça em negativa. Ele ri. – Ainda bem, porque Cindy é bem insistente. Ela vai tentar manipular você de alguma forma. É só você ignorar a maior parte das coisas que ela fala.
Eu rio. Ele sorri.
– Pensei que ela fosse melhorar, quando acabasse a escola, mas parece que me enganei. Cindy quer se iludir que ainda é a garota mais popular do momento. Ela tenta de tudo para atrair atenção.
– Você já parou para pensar que ela pode fazer isso tudo para atrair a atenção das pessoas, quando, na realidade, ela só quer atrair atenção dos seus pais? E, talvez, sua também?
– Nunca pensei em Cindy dessa forma. Nossos pais dão atenção para ela. Sempre fazem o que ela quer...
– Mas esse é o problema, Chaz – disparo, mordendo o lábio, pensativa. – Você já me contou que ela faz várias festas e seus pais não a impedem. Eles podem ficar em casa e vigiar tudo, mas eles permitem que ela faça o que quer. Talvez seja isso que ela queira, mas não tem coragem de dizer.
"Talvez ela queira que eles a proíbam, para que ela possa discutir com eles. Talvez ela pense que, assim, eles darão mais atenção a ela. Talvez ela pense que seus pais permitam todas essas festas para não perder tempo brigando com ela. E se eles não querem perder tempo com ela, então, ela não é importante. Entende aonde quero chegar?"
Chaz para de andar, absorvendo minhas palavras. Ele me encara e passa a mão, a que não está segurando a minha, no cabelo.
– Será? – é apenas o que ele diz, franzindo o cenho. – Faz um pouco de sentido.
– Acho que é por isso que ela o irrita tanto, Chaz – respondo, apontando para ele. – Acho que ela faz isso para chamar sua atenção de alguma forma. Você tem muitos amigos. Passa mais tempo com eles do que com ela. Talvez ela sinta falta de você. Não sei... – dou de ombros. – Não sei de muito mais coisa sobre o relacionamento de vocês para continuar analisando o comportamento da sua irmã.
Ele sorri, colocando as mãos no meu pescoço. Meu coração acelera.
– Vou conversar com ela, não se preocupe. Mas obrigado por tentar me ajudar a compreender os comportamentos dela. Obrigado por simplesmente se importar com isso – diz Chaz, aproximando-se um pouco mais de mim, seu rosto a poucos centímetros do meu.
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Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]
RomanceQuanto um verão é capaz de impactar a vida de uma pessoa? É possível que uma paixão determine o futuro de uma pessoa? Spencer Abrams talvez tenha suas respostas para essas perguntas. Após concluir seu último ano escolar, em meados de junho, Spencer...