Chaz sorriu. Talvez porque não sabia o que estava prestes a ouvir. Talvez porque esperava que eu dissesse outra coisa. Ia decepcioná-lo, mas precisava pensar em mim pelo menos uma vez, precisava disso.
– Você já falou com Mark sobre isso? – perguntou, erguendo uma sobrancelha.
– Já.
– E você não o escolheu?
Neguei com a cabeça.
– Não.
Ele passou a mão no cabelo. Seu sorriso desapareceu. Franziu o cenho.
– Mas também não sou eu?
– Não. Como sabe disso? Alguém lhe contou alguma coisa? – retruquei, apertando a toalha ao meu redor. Meu corpo começou a tremer e, muito provavelmente, não era de frio.
– Ninguém me contou nada. Só... constatei o que observei.
Arqueei as sobrancelhas.
– Você disse que queria conversar, Spencer. Disse que tinha tomado uma decisão. Perguntei sobre Mark, e você disse que não...
– Então, você achava que eu o escolheria?
– Não é isso. É só que... você disse que não o escolheu e, mesmo assim, continua nervosa. Você vai me dizer algo que acha que não quero ouvir. – Respirou fundo. – Você não quer Mark, mas também não me quer.
Minha boca simplesmente se abriu com a constatação estilo Sherlock Holmes, ou Hercule Poirot, de Chaz Houston. Não esperava que fosse tão observador.
– Então... é isso que queria me dizer?
– É – respondi, mordendo o lábio –, mas não só.
Chaz gesticulou, como se estivesse pedindo para que eu prosseguisse. Agora, ele ficou calado. Agora, ele iria me esperar falar.
Dei de ombros e olhei para frente. Sua mão segurou a minha. Senti um aperto no peito. Voltei a olhar para ele com um olhar questionador. Ele retirou a mão.
– Me desculpe. Eu só queria... incentivá-la a continuar. Antes de tudo, somos amigos, Spencer. Estou aqui para o que quer que você queira, ou precise, me contar.
Balancei a cabeça. Essa não era a reação que estava esperando. Não mesmo.
– Obrigada pelo apoio. Obrigada por tudo.
Ele deu de ombros.
– É para isso que os amigos servem.
– Certo. É... hum... verdade...
Peguei sua mão na minha. Seu toque me ajudava a acalmar. Fechei os olhos e respirei fundo. Vamos, Spencer. Você consegue. Ele apertou minha mão na sua, fazendo-me voltar a fitá-lo.
– No meu primeiro dia de aula – comecei a dizer, meu coração quase saindo pela boca –, Mark me mandou uma mensagem. Várias, na verdade. E ele abriu meus olhos para algumas coisas.
Chaz arregalou os olhos.
– Você sabe disso desde que suas aulas começaram?
Fiz uma careta de culpa.
– Praticamente. Me desculpe.
– Foi por isso que você diminuiu a frequência das nossas chamadas de vídeo?
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Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]
RomanceQuanto um verão é capaz de impactar a vida de uma pessoa? É possível que uma paixão determine o futuro de uma pessoa? Spencer Abrams talvez tenha suas respostas para essas perguntas. Após concluir seu último ano escolar, em meados de junho, Spencer...