Capítulo 5

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Saio do banheiro, já pronta para mais um dia no resort. Minha cabeça lateja um pouco, um efeito da quantidade exagerada de álcool na noite anterior. Estou vestida e maquiada. Caminho até minha mala aperta sobre minha cama e remexo nas minhas roupas à procura do perfume. Sei que o joguei lá antes de ir para a festa no dia anterior.

Emily acorda e se senta, observando-me.

– Bom dia – diz ela com a voz sonolenta.

– Bom dia – respondo sem olhar para ela, encontrando o perfume. Pego-o e o passo nos braços e no pescoço.

– Obrigada por me deixar dormir nessa cama – agradece, um pouco hesitante.

Apenas dou de ombros.

– Sinto muito por ter reagido daquela maneira quando você e sua amiga entraram...

– Tudo bem – interrompe-me, mexendo no lençol. Viro-me para ela, percebendo que tenta não olhar para mim.

– O que foi? – pergunto, arqueando as sobrancelhas.

Ela me encara, respirando fundo.

– Você e Chaz se conhecem? – indaga, mordendo o lábio. Meu corpo fica rígido ao ouvir o nome dele. Meu coração acelera. Engulo em seco. – Aconteceu algo entre vocês? Depois que você apareceu aqui, ele ficou estranho. Ele não quis nos contar o que era. Mas ficou em silêncio o resto do dia. Ele não bebe há muito tempo, e ontem ele ficou bêbado – continua, talvez para ver se consegue me fazer falar. – Algo o estava incomodando. Ele fez algo com você? Vocês já namoraram?

– Nós não namoramos – respondo rispidamente, fazendo-a arregalar os olhos. – Não é da sua conta. Se Chaz, que é seu amigo, não quis contar para você, não acho que eu deva dizer alguma coisa... Se quiser saber o que aconteceu, precisa perguntar para ele, porque eu não vou dizer.

Fecho a mala e sigo na direção da porta do quarto. Emily fica me encarando, boquiaberta, sem saber o que dizer.

Tiro a roupa, ficando apenas de biquíni, e me deito em uma cadeira de bronzear. Apesar de a festa ter, provavelmente, acabado tarde, há uma quantidade razoável de adolescentes na piscina. Não que me importe com isso. Coloco meus fones de ouvido e seleciono Just give me a reason, da P!nk e do Nate Ruess.

Fecho os olhos, balançando a cabeça ao ritmo da música. Apesar de estar com os olhos fechados, consigo sentir a claridade do sol até esse momento. De repente, sinto como se o sol tivesse desaparecido.

Abro os olhos e me deparo com Mark. Ele está parado de frente para mim, impedindo que o sol me atinja. Sorrio, tirando os fones dos ouvidos. Ele sorri para mim. Sento-me, gesticulando para que sente na minha frente, coisa que ele faz.

– Posso? – pergunta, apontando para um dos fones. – Já ouvi dizer que saber as músicas que a pessoa gosta diz muito sobre ela. É uma das melhores e mais eficientes formas de conhecer o outro.

Ouvi-lo dizer isso me faz engolir em seco. E se ele não achar que meu gosto é bom? E se ele achar que não sou uma boa pessoa de acordo com a música que estava ouvindo? Passo as mãos suadas nas pernas o mais discretamente possível.

– Claro – respondo, tentando não demonstrar minha hesitação e meu nervosismo.

Entrego um dos fones para ele, que o coloca no ouvido. A música que toca agora é Gone, Gone, Gone, do Phillip Phillips, uma das minhas favoritas do momento. Olho para Mark e observo-o, tentando decifrar o que está pensando de mim e do meu gosto musical. Ele está com o olhar vidrado no sapato, apenas ouvindo a música.

Um pouco depois, ele franze o cenho. Meu coração acelera. Ele não está gostando. Passo a língua nos lábios secos. Então, algo acontece... Ele começa a cantar, sorrindo:

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora