Capítulo 23

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Derek e eu estamos a caminho do restaurante, quando um terceiro grupo de garotas nos para a fim de tirar foto comigo. As garotas sorriem, tentando ser simpáticas, enquanto se viram para a câmera do celular e posam para uma foto. Apenas sorrio, sem falar nada. Não quero ser grosseira, mas também não entendo o motivo disso tudo. Não entendo o motivo de quererem tirar foto comigo.

– Você é muito bonita! – diz uma delas, olhando sorridente para a foto no celular.

– Você é muito sortuda! – exclama outra, também sorrindo.

Mas nenhuma delas tem os olhos voltados para mim. Todas querem ver a foto que acabaram de tirar comigo, porque isso é mais importante. Apenas as rodeio, com meu amigo ao meu lado, e seguimos em frente. Estou cansada disso, especialmente da falsidade. Se elas quiserem tirar fotos com Chaz e com qualquer pessoa da banda dele, compreendo totalmente. Mas comigo? Não, isso não faz sentido para mim.

Entreolho-me com meu amigo e seguimos em frente. Espero que ninguém me pare para mais fotografias. Não gosto dessa atenção. Na verdade, não gosto do motivo dessa atenção, mas finjo não me incomodar com isso. Não há muito que eu possa fazer a respeito.

Para minha sorte, ninguém nos aborda novamente até chegarmos ao restaurante. Mas, por outro lado, o celular de Derek começa a tocar insistentemente. O celular dele tocou várias vezes, mas ele não atendeu.

Ele sabe que é minha mãe, ou meu pai, e pedi para que ele não atendesse a nenhuma ligação deles. Prometi que conversaria com eles depois, porém, dessa vez, meu amigo me encara com seu olhar suplicante. Sei que está cansado.

Então, estendo minha mão para ele, que coloca o celular entre meus dedos, suspirando. Respiro fundo, fechando os olhos. Meu coração acelera. Não pensei que tivesse de lidar com meus pais tão cedo.

Aceito a ligação.

Boa tarde, Derek – ouço a voz da minha mãe. Percebo que está irritada e aliviada. – Tudo bem? Posso falar com a Spencer, rapidinho?

– Mãe... – minha voz falha. Ela suspira.

Pode me explicar o que está acontecendo, filha? – dispara do outro lado da linha. Imagino-a soltando fumaça pelos ouvidos, o que me faz sorrir por um breve momento. Derek arqueia as sobrancelhas. – É verdade? Isso que está circulando nas redes sociais... é verdade?

– O que você soube exatamente? – pergunto, mordendo o lábio.

Eu vi a entrevista, Spencer! – exclama minha mãe, bufando. – Minhas amigas me enviaram o link do programa. Ouvi o que Chaz Houston disse sobre você e ele, no acampamento. Foi por isso que você mudou tanto? Foi por isso que deixou de ir à psicóloga? Sabe que isso foi burrice, não sabe? Esse foi o momento em que você mais precisou de ajuda, e você simplesmente não quis...

Fico em silêncio, engolindo em seco, ouvindo tudo que minha mãe tem para me dizer. Meus olhos vão se enchendo de lágrimas a medida em que ela vai falando. Sinto um aperto no peito.

– Por que não conversou comigo? Eu teria ajudado você, mas... Nunca esperei que fosse descobrir isso dessa forma! Eu não sabia que você já tinha feito sexo, Spencer! E imaginar que sua primeira vez foi assim... – sua voz falha. Ouço-a fungar. – Por que você não me contou? Você mudou naquele acampamento, e eu jamais imaginaria que esse tinha sido o motivo...

Ouço-a engolir em seco. Passo a mão nos olhos, enxugando as lágrimas recentes, o que não me impede de continuar chorando. Meus ombros tremem. Sinto a mão de Derek pousar em um deles. Olho para meu amigo.

– Estou aqui – é o que ele diz, apenas movendo os lábios.

Sorrio e assinto, porque sei disso. Ele sempre esteve ao meu lado, sempre me apoiou. Sabe mais sobre mim do que meus pais jamais saberão.

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora