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Olá a todos os que continuam por aí e a todos os novos leitores que possam surgir eventualmente.

Ainda sou leitora por estes lados e decidi que vou, finalmente, fazer algo: publicar todos os capítulos de Home, que já estão acabados desde 2016 (sim, 2016, tenham isso em mente). "Odeio" encontrar histórias incompletas (principalmente quando me estão a prender ao ecrã), e apercebi-me que me tornei naquilo que não gosto. Assim sendo, aqui está a "Home", mesmo que seja quatro anos depois (e após tentativas falhas de retorno). Como disse, tenham em conta que já foi escrita há muito tempo e há coisas que, se fosse agora, eu mudaria.

Sem mais delongas, peço só que continuem a deixar opiniões, que eu leio e respondo (como disse, ainda continuo por aqui).

Beijinhos.

(#2020: #StayHome, pessoal. Estamos todos juntos)

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Capítulo dezassete

Harry deu por si a não querer desabafar com a mãe assim que, chegados à cidade, viu que começou a receber alguns olhares que lhe dirigiam demasiada atenção. O rapaz agora estava mais conhecido, mesmo que sem intenção, e as razões podem tanto suscitar adoração como um ódio que faria com que absolutos estranhos desejassem a sua morte por, em palavras de muitos, ele estar "doente" ou ser um "pecador" que não merecia estar na Terra, junto com aqueles que lhe eram "superiores". Era uma mentalidade ridícula para alguém ainda ter em pleno século XXI, mas a verdade é que muita gente ainda pensava que se encontrava na Idade Média e que, tudo o que era "diferente", era alvo de repulsa.

- Harry? – Anne perguntou depois de reparar que o seu rapaz se encontrava em silêncio há alguns minutos, caminhando de cabeça baixa e mãos nos bolsos como se tentasse esconder-se de todos aqueles com quem se cruzavam.

- Sim? – perguntou, fitando os olhos preocupados da mãe e obrigando-se a esboçar um pequeno sorriso.

- O que se passa? – questionou calmamente, aproximando-se mais do filho e continuando a olhá-lo com atenção.

- Nada, está tudo bem. – voltou a sorrir e olhou para cima para se situar. Assim que avistou um pequeno café, começou a encaminhar-se para lá e guiou a sua progenitora na mesma direção. – Dois chás. – pediu assim que se sentaram e um empregado se dirigiu para a sua mesa.

Quando o rapaz se afastou, Harry deixou um suspiro escapar por entre os seus lábios e olhou lá para fora. Ter finalmente admitido a sua sexualidade para o mundo não o libertara de verdade, não quando ele se sentia completamente aterrorizado com a ideia de rejeição. O de cabelos encaracolados começava agora a pensar que, talvez, dizer tudo não tivesse sido a melhor opção a ser tomada, mas agora teria de lidar com ela.

- Como estão as coisas com o Louis? – Anne perguntou num tom de voz baixo e moderado ao aperceber-se na distração do filho, que observa o mundo pela janela junto à mesa em que se encontravam sentados. As pessoas passavam, ocupadas nas suas vidas, sem sequer retribuir qualquer olhar para o rapaz pensativo que parecia demasiado perdido para sequer reparar nelas também.

- Estão bem. – Harry disse, depois de uns segundos de admiração pela forma como a sua mãe decidira iniciar uma conversa. Não era suposto a sua progenitora ter uma atitude protetora e tentar afastá-lo do outro rapaz? Porquê que a sua mãe era diferente?

Harry sabia a resposta. Harry sabia que Anne adorava Louis como se fosse seu filho e adorava a família do mais velho desde que conhecera todos, e seria difícil para que ela realmente deixasse de querer ver os dois rapazes felizes, juntos.

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