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Capítulo vinte

Louis acabou por apanhar uma gripe que ficou mal curada porque, dois dias depois, estava enfiado dentro de um avião com toda a banda, com direção para a América. Era a continuação da tour e, depois de três semanas lá, iriam para a Austrália.

O rapaz sentia-se na lama enquanto observava todos os que o acompanhavam e que estavam adormecidos. Ele não o conseguia fazer, porque a ideia de fechar os olhos, por alguma razão, estava a deixá-lo apavorado. Sentia vontade de vomitar, mas não tinha nada no estômago há mais de doze horas, pelo que não haveria nada que o pudesse acalmar.

Os seus olhos foram parar à figura feminina adormecida mais à frente. Como seria de esperar, Eleanor Calder encontrava-se ali, a fazer o papel de namorada perfeita. Esta era uma das razões que fazia as fãs mais desconfiar daquele relacionamento: a morena estava em todo o lado, em oposição a Abbie e Perrie, que faziam visitas esporádicas e continuavam a seguir a sua vida, em Londres, mantendo contacto sem ter a necessidade de sempre acompanhar os seus namorados.

Agradecendo silenciosamente o facto de poder aceder à internet no avião, Louis pegou no seu telemóvel e abriu o twitter, deparando-se com o mais recente tweet de Harry, de há segundos.

"Casa demasiado silenciosa. São seis da manhã, eu deveria estar a dormir.", o de cabelos encaracolados tinha publicado.

"Toda a gente a dormir no avião. Devia ir confirmar se o piloto não se juntou à maioria.", foi a vez de Louis publicar, seguindo-se imediatamente de outro. "Acho que o voo me está a afetar o estômago. Preciso de um milagre para aguentar até ao fim."

Logo inúmeros tweets lhe foram dirigidos, em tom preocupado. O ícone das mensagens diretas anunciou a chegada de uma e o rapaz imediatamente abriu, mordendo o lábio inferior ao ver que era de Harry, a perguntar se estava tudo bem.

"Não curei bem a gripe e estou mal-disposto. Está toda a gente a dormir e eu não o consigo fazer. Queria que estivesses aqui. Assim podias fazer-me chá..." ...e abraçar-me até me sentir melhor, Louis pensou, enquanto carregava no ecrã para enviar.

"Não sou o teu escravo, Louis Tomlinson. Estás com os rapazes, estarás em boas mãos. E sabes que podes ligar-me quando não souberes que comprimido tomar." Harry respondeu, tentando brincar com a situação. Odiava que houvesse tanta pressão em cima de Louis, que ainda se encontrava doente, mas que tinha de atuar custasse o que custasse. Queria poder ir com ele, mas nada disso era possível por variadas razões.

"Somos muita coisa um ao outro, Harry Styles. Tu seres meu escravo pode ser uma delas", mandou, colocando um emoji atrevido logo no final. Permitiu-se, pela primeira vez, sorrir. Sentia-se bem a falar com Harry, mesmo que estivessem a tanta distância um do outro.

Harry abanou a cabeça, deixando uma gargalhada escapar por entre os seus lábios, e abraçou a almofada em que Louis estivera a dormir até ter de acordar mais cedo para apanhar o seu voo. Apesar de já terem a casa só para eles há dias, tinham continuado a dormir juntos, só porque lhes apetecia, no quarto do mais velho, ficando a ver filmes até tarde. No dia seguinte, Harry arrependia-se dessa decisão – a de adormecer tarde, não a de manter-se na cama de Louis -, quando se obrigava a acordar cedo para ir tratar de algumas coisas do seu trabalho novo ou do blog.

"Tenta dormir, Lou. Vai ser de dia quando chegares lá e vais ter logo uma entrevista."

"Eu sei, vou tentar. Ainda estás na minha cama?" mandou e depois olhou para baixo, contemplando a roupa que vestia. Nenhuma peça de roupa lhe pertencia – a camisola e as calças eram de Harry e eram grandes e confortáveis, para além de terem o seu perfume.

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