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Capítulo quarenta

Phoebe e Daisy correram para o mar logo depois de terem pisado a areia. Queriam poder molhar os pés, mesmo esperando que a água estivesse gelada, dada a altura do ano e o sol coberto pelas nuvens, que resultava num tempo mais frio do que quente.

Gemma, por sua vez, roubara a máquina fotográfica do irmão e tirava fotografias a tudo o que a rodeava, assim como Fizzy e Lottie estavam a fazer. De um modo geral, as cinco raparigas pareciam ignorar a presença de Harry e Louis, que iam a caminhar calmamente, atrás delas, com as mãos nos bolsos dos seus casacos.

- O que tens andado tu a pensar? – Louis acabou por perguntar, retirando uma mão do bolso para a entender na direção de Harry. Abanou os dedos, pedindo ao outro que lhe desse a mão e, assim que Harry tirou a mão do bolso, o mais velho entrelaçou os seus dedos e encostou-se mais ao outro. – Estou preocupado. – acabou por dizer baixinho, enquanto observava as irmãs a brincar na água, sem se importarem com o facto de estarem a molhar toda a sua roupa.

- Eu acho que devemos falar. – Harry acabou por dizer, também sem olhar para o rapaz. – Dizer tudo o que nos passou pela cabeça nestes últimos anos. Deixar tudo em pratos limpos. – apertou a mão do outro cuidadosamente, chamando a sua atenção. – Não acho boa ideia que comecemos a construir algo mais sólido que tivermos as nossas bases tremidas e fracas. – suspirou. – Percebes o que eu quero dizer? – encarou finalmente o outro, mordendo o lábio inferior.

- Sim. – Louis sorriu tranquilamente. – Compreendo perfeitamente e concordo. – encolheu os ombros e observou tudo ao seu redor, revirando os olhos quando reparou num pequeno grupo de pessoas a fotografá-los, ao longe, sem se importarem se davam nas vistas ou não.

Harry, ao reparar no olhar de Louis, apressou-se a largar a sua mão, ficando admirado quando recebeu um olhar confuso como resposta ao seu ato.

- Para que foi isso? – o mais velho perguntou baixo. – Não me queres dar a mão? – arqueou o sobrolho.

- Eu... - Harry abanou a cabeça e suspirou. – Desculpa. Ainda me estou a habituar à ideia. – acabou de dizer, estendendo a mão para Louis, que logo a voltou a agarrar. – É por isto que temos de falar. – desabafou e sorriu, inevitavelmente, quando sentiu o polegar de Louis acariciar a sua mão.

- Não tens de te preocupar neste momento, Hazza. – o mais velho disse descontraidamente e começou a caminhar mais rápido, puxando o maior consigo. Começaram então a correr, visto que as raparigas já iam a uma grande distância deles. Enquanto isso, sentiam que estavam a correr para longe das especulações que adviriam daquela semana.

***

Harry sentou-se no sofá em frente a Louis e olhou para o rapaz, observando a forma como ele levava a caneca até aos lábios e bebia o chá que, na opinião do mais novo, ainda estava demasiado quente para ser apreciado.

As suas observações rapidamente se perderam na sua rede de pensamentos, enquanto ele se deixava ir pelas suas memórias dos últimos dois anos. Ele questionara-se constantemente. Questionara a razão para não conseguir manter-se afastado de Louis, mesmo que o seu coração doesse insuportavelmente quando estavam juntos. Questionara porque continuava a surpreendê-lo constantemente, como no seu aniversário, como se eles ainda se tratassem de um casal. Como se Harry nunca tivesse deixado o mais velho sozinho no seu apartamento, enquanto ele estava descansado a tomar o seu duche.

- Harry? Está tudo bem? – Louis perguntou baixinho, tendo como fundo as raparigas na outra sala, a ver qualquer coisa na televisão.

O mais novo assentiu e esfregou as mãos uma na outra, sentindo os seus anéis embaterem uns contra os outros. Sentia-se nervoso. Tinha medo das consequências daquela conversa.

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