Capítulo 32: Caça [8]

2.4K 425 64
                                    


Eu seria louco se a deixasse escapar.

Tais palavras ressoaram na mente da jovem incontáveis vezes enquanto encarava Noah, segurando a respiração. Por algum estranho motivo, o modo como ele confessara que não iria permitir a sua fuga, a deixou vulnerável e tocada emocionalmente. Liana respirou fundo após menear a cabeça para apaziguar seus pensamentos e emoções, pois a vulnerabilidade era algo que não poderia possuir, pelo menos não até descobrir a verdade.

E ainda assim, mesmo que desejasse afastar a lembrança do olhar determinado do Duque ao pronunciar que não a deixaria ir, simplesmente não conseguia.

Eu devo estar ficando louca.

Pensou determinada antes de sorrir diante de seu pensamento.

― Podemos ir até o homem que entrou no meu quarto? ― Liana indagou com o intuito de afastar-se dele, porém Noah simplesmente assentiu ao segurar em sua mão, levando-a para um local afastado localizado na parte de trás da mansão. Demoraram alguns minutos andando em silêncio até adentrarem em um pequeno bosque. Ela olhou com interesse para tudo antes de escutar a voz de Noah.

― Quando estava dormindo, Simon informou que conseguiu algumas informações dele. Parece que tudo foi um plano de Cristina Orlete. ―Liana o olhou sem demonstrar surpresa. ― Ela pagou uma soma considerável para ele entrar em seu quarto e dormir com você.

Liana quis rir diante da coragem de Cristina Orlete em planejar algo tão sombrio.

― Seria mais fácil ela enviar essa droga para você e enfiar-se em seu quarto. Eu não tenho nada com seu amor doentio ― Liana reclamou ao imaginar formas de destruir Cristina Orlete. Destruir sua reputação e o dinheiro que ela tanto almejava. ― Ser sua mulher é realmente cansativo. Prefiro passar essa posição para outra pessoa.

― Infelizmente uma vez que tem o titulo de minha mulher é impossível se desfazer dele ― Noah tornou bem humorado ao parar, segurando a sua mão com delicadeza. Seus olhos foram em direção aos lábios da jovem e antes que pudesse ter uma reação, o Duque colou seus lábios nos dela.

Um beijo mesclado com desespero e desejo. Em nenhum momento, Liana tentou resistir, pelo contrário, correspondeu com ardor ao beijo. Suas mãos foram em direção ao pescoço dele, o som dos beijos trocados ressoaram pelo bosque assim como os baixos gemidos que escapavam de seus lábios.

― Não deveria estar fazendo isso ―Liana murmurou no instante em que o beijo parou. Seu rosto avermelhado denunciava a vergonha que sentia ao trair seus próprios pensamentos. ― Por qual motivo me beijou?

― Porque você estava linda ― Seu sorriso malicioso a fez suspirar. Lidar com o Duque era realmente mais difícil do que imaginara. ― E gosto de seu beijo, além de ser minha mulher. Qual o problema em beijar minha mulher? ― Sua expressão resoluta realmente parecia não ver nenhum problema em atuar de tal forma.

― Você é realmente problemático ―Liana simplesmente optou por ignorar antes de seguirem até onde Simon se encontrava ao lado de um homem ajoelhado em meio à grama. O olhar do homem denotava o desespero que sentia. Por mais que ela o encarasse tinha certeza que nunca havia o visto. ― Foi apenas Cristina? ― Perguntou friamente assim que parou a poucos centímetros do homem, o qual assentiu sem forças para falar. Seu corpo estava repleto de marcas feitas por Simon. ― Tem certeza? ― Ele assentiu novamente. ― Diga-me em detalhes como ela o encontrou e o que ela queria.

― Meu pai tem uma divida com a família da senhorita Orlete, e quando ela me procurou propôs que todas as minhas dividas iriam ser canceladas se eu entrasse no quarto da senhorita e a fizesse minha. Minha obrigação seria dizer a todos que estávamos nos encontrando há muitos meses quando ela entrasse no quarto, acompanhada por testemunhas.

Liana [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora