Liana [Degustação]

Capítulo 25: A Caça [1]

Um sorriso caloroso se formou no rosto de Liana no momento em que se recordou do rosto delicado e olhar decidido de Mary Sanderson ao lhe pedir para ser sua amiga, o que ela aceitou com satisfação. Somente em recordar-se da cena fazia com que se sentisse realmente contente por ter uma chance de mudar as coisas, levando felicidade para a sua própria vida e para pessoas como Mary, pessoas indefesas que foram enganadas assim como ela. Seus passos continuaram seguindo pela rua de Londres acompanhada de Yulia e Simon, enquanto Gerard mantinha distancia para que ninguém descobrisse que ele estava seguindo-os. Quando acordou, Liana informou aos três que iria andar pela cidade, pois precisava comprar alguns objetos para a loja até que encontrar um fornecedor. O seu plano era andar tranquilamente pela cidade, porém Gerard foi o primeiro a adverti-la informando que poderia ser perigoso, e por isso voluntariou-se para andar mais afastado dela para descobrir se alguém os seguia. Liana queria negar, contudo não poderia. Ela ainda temia que o Barão estivesse tramando alguma coisa.

A jovem aceitou e logo se viu passeando com um largo sorriso no rosto. Há um tempo ela não se distraia daquela forma sem preocupar-se com as outras pessoas ou com seus próprios pensamentos. Ao parar em frente a uma loja de vestidos o sorriso que estampava o rosto de Liana logo desapareceu assim que ela avistou o Barão Preston Scott a encarando. O rosto de Preston estava roxo nas duas bochechas e seu lábio tinha um corte. Ela não precisava pensar muito parar descobrir que havia sido obra de Simon. Um sorriso de satisfação surgiu em seu rosto ao imaginar a dor que ele sentiu ao apanhar.

Preston respirou fundo ao avançar em direção a Liana ignorando quaisquer boas maneiras, parou em frente a jovem segurando o seu braço atraindo a atenção das pessoas a sua volta.

― Eu não sou o tipo de homem que esquece humilhações ― Ele a alertou, apertando o seu braço cada vez mais. Seu olhar fulminava a jovem a sua frente e em seu intimo desejou poder mata-la naquele momento. Ele havia apanhado durante horas por culpa da mulher a sua frente. Se não fosse por ela ser tão obstinada, estaríamos noivos agora e eu não precisaria ter nenhum contato com aquele Duque vindo do inferno. ― Deveria ficar quieta e ficar comigo.

Liana quis gargalhar diante da audácia do homem a sua frente, contudo antes de tudo, olhou para Yulia como se pedisse ajuda. Yulia assentiu ao segurar o braço do Barão, apertando com força sem alterar sua expressão indiferente. Demorou poucos segundos para que ele grunhisse de dor antes de libertá-la.

― Senhor, presumo que tenha cometido um erro. Não devo ser a pessoa quem procura afinal não o conheço ― Disse alto o suficiente para que as pessoas a escutassem ― Na próxima vez, rogo para que mantenha a sua impulsividade controlada. A sorte do senhor é que sou uma mulher magnânima, outra poderia querer tirar satisfação sobre sua falta de controle. ― Fingiu lamentar-se ― Nem desejo imaginar o que meu noivo pensaria ao descobrir que o senhor me tocou desta forma, ameaçando-me no meio da rua. ―Meneou a cabeça ― Não se preocupe, não falarei porque sei que cometeu um erro.

O Barão não conseguia acreditar no descaramento de Liana ao anunciar a todos que ela não o conhecia. Seu rosto vermelho de raiva logo deu lugar à palidez. Ele simplesmente não conseguia acreditar que Liana tivesse tamanha falta de vergonha.

― Liana! ― O Barão gritou em meio a sua fúria recebendo um olhar de compaixão dela.

― Senhor, não deveria chamar meu nome. As pessoas podem acreditar que somos próximos quando nem sei quem é o senhor ― Ela declarou com firmeza. Seu olhar foi em direção a Simon segurando o seu próprio sorriso. Todos em Londres conheciam Simon como um homem de confiança do Duque Hall Lencaster. ― Por favor, não mencione isso ao Duque. Eu realmente não desejo ser motivo para a fúria do Duque ― Disse como se estivesse lamentando a si mesma pelo azar em deparar-se com um homem impulsivo e irracional. Todos que a escutaram começaram a murmurar lamentando-se pela sua falta de sorte. Muitos logo começaram a olhar com simpatia, enxergando-a como alguém gentil. ― É melhor seguirmos ― Liana disse firme ao passar pelo Barão. Ela queria gargalhar, mas conteve-se até adentrar em uma das lojas que vendia o que ela deseja. O som de sua gargalhada atraiu a atenção das pessoas que estavam na loja. ― Ele esta tão desesperado ― Ela murmurou, contente por ver o desespero e a aflição em seus olhos. ― Mas isso ainda não é nada. Eu quero que ele seja destruído pouco a pouco.