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— Eu preciso conversar com o diretor. Quero que você espere aqui. — Shouta abre a porta de um quarto.
— Agora que eu te contei detalhadamente sobre o que aconteceu, o que você vai fazer? — Pergunto entrando no quarto que parecia ser o dele.
— Eu vou decidir isso logo. Agora fique a vontade mas não saia até eu voltar. — Shouta sai e tranca a porta.
Eu olho em volta, é um quarto simples, nada de especial. Penso que não vi nenhum aluno até agora, eles devem estar em horário de aula.
Me sento na cadeira de sua escrivaninha, corro os olhos por alguns papéis alí jogados e não encontro nada de interessante que não seja apenas preparação para suas aulas. Jogo minha cabeça para trás e encaro o teto do recinto, começo a pensar na onde eu fui me meter.
O que eles vão fazer comigo? Por que ele me trouxe pra cá? Será que vão me levar para um orfanato? Não, eu acho que não, ele não iria ter todo o trabalho de me trazer pra cá e depois mandar uma garota de quase 18 anos para o orfanato.
Vão envolver o resto da minha família? Só sobraram meus tios e eles me odeiam pelo o que aconteceu, são capazes de tudo pra me ver presa em algum lugar.
Aliás...
POR QUE EU ESTOU ESPERANDO SHOUTA????
Me levanto com brusquidão da cadeira e vou vou em direção a porta. Não há ninguém aqui, essa seria minha chance perfeita de fugir.
Eu estendo a minha mão e atraio a maçaneta para mim, a mesma se quebra. Saio correndo pela porta e entro no elevador para voltar ao andar térreo.
Assim que saio do elevador e sigo pelo corredor para a sala de estar do dormitório, encontro dois garotos conversando. Eles param de falar que me vêem.
— Hun? — Um garoto de cabelo com duas cores diferentes me olha confuso.
— Quem é você? — Outro garoto de cabelo verde abre um sorriso e se aproxima.
Com um movimento das mão eu mudo a gravidade sob seus pés e eles são puxados para o chão com uma enorme força.
Mas, de repente eles conseguem se levantar.
POR QUE MINHA INDIVIDUALIDADE NÃO FUNCIONA EM MAIS NINGUÉM NESSA MERDA????
Sinto uma mão apertar meu ombro.
— Eu pedi para você esperar no quarto! — Shouta manifestou.
— Aizawa-sensei, quem é ela? — O garoto de cabelo verde pergunta.
— A nova aluna da classe 2A.
— O QUE? — Eu e os outros dois dizemos simultaneamente.
— Conversei brevemente com o diretor enquanto procurava sua ficha. Você completou o primeiro ano aqui, não foi? Estava indo para o segundo quando tudo aconteceu...
— Sim, mas... — Eu tento protestar mas ele me corta.
— Suas individualidades são bem peculiares, fará um bom trabalho continuando de onde parou. E você precisa controlar seu poder ocular se não quiser matar ninguém ou acabar morrendo. — Shouta se vira, segue pelo corredor e entra no elevador.
— "Individualidades" — O garoto meio-a-meio repete. — Você também tem mais de uma individualidade? — Ele se aproxima até chegar muito perto, muito perto mesmo.
— Sim... — Eu me afasto. — Mais ou menos...
— Eu sou Izuku Midoriya e esse é Shoto Todoroki. — O simpático garoto de cabelos verdes e sardas nas bochechas pronuncia.
— Eu sou Shiro... Iwasaki Shiro.
— O que você achou da nossa escola? — Midoriya pergunta com os olhos brilhando.
— Bem, na verdade, eu já estudei aqui.
— Eu ouvi Aizawa-sensei, mas nunca te vi por aqui. — Todoroki diz. — Faz quanto tempo?
— Faz dois anos... — Começo a recuar, não queria prolongar essa conversa. Queria conversar com Shouta e perguntar que merda ele tem na cabeça.
— Entendo. — Todoroki diz. — Quais são as suas individualidades?
— Bem, eu...eu tenho que ir. Preciso conversar com Shouta.
— Vocês são próximos? — Midoriya pergunta. A pergunta dele tem certo sentido já que é mais educado chamar pelo sobrenome. Geralmente pessoas próximas se chamam pelo primeiro. Mas eu só o chamei assim por que eu não tinha intenção nenhuma de respeita-lo.
— Eu tenho que ir. — Me viro e corro para o elevador.
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Can I be a Hero? • [Boku No Hero]
Teen FictionApós finalmente terminar o seu 1° ano na escola de heróis UA, Iwasaki Shiro vê sua vida desmoronar diante de seus olhos quando é acusada da morte de seus pais. Ela some no mundo, vivendo na rua entre becos por 2 anos. Mas um encontro inesperado c...