— Desculpe não ter te visitado antes. As coisas estavam meio complicadas, mas eu vim assim que pude. Confesso que tudo que aconteceu comigo me traumatizou muito, eu sempre acabo tendo pesadelos e crises de ansiedade frequentes, mas estou sempre tentando seguir em frente com a ajuda de meus amigos, do meu pai e da nova psicóloga da escola! — Digo. — Eu vim aqui para te agradecer por tudo que você fez e te devolver isto.
Aperto a camiseta em farrapos contra meu peito antes de colocar em cima da lápide de Yami.
— Desculpe por ter deixado a camiseta em péssimo estado, mas mesmo assim, obrigada por ter emprestado... — Digo. — Agradeço também por ter dito a localização do esconderijo para os heróis, e também por ter me salvado de Hakai, e por ter cuidado dos meus ferimentos...Eu nunca me esquecerei de você... — Eu solto um riso sem graça enquanto limpo minhas lágrimas.
Shouta põe as mãos em meus ombros para me avisar que precisamos ir embora.
Eu olho para trás uma última vez.
Yami e Shinki, eu irei levá-los em meu coração para sempre.
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• 8 meses depois •
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Meus pés doíam dentro do salto vermelho que eu usava, pois eu não tinha parado quieta durante a festa de graduação da UA nem por um segundo sequer. Eu acabei aproveitando até o máximo que eu podia. Me divertindo com todos o meus amigos pela última vez.
Quando senti que não conseguia ficar em pé, eu saí do ginásio e tirei meus sapatos. E descalça, fui andando até ao dormitório que se encontrava vazio no momento.
Subi ao meu quarto, joguei meus sapatos em algum canto do cômodo e fui para a sacada. Me sentei no chão para observar o alvorecer.
A porta do meu quarto se abre, eu me viro com brusquidão para olhar quem havia entrado.
— Você não sabe bater na porta? — Eu pergunto para Bakugou.
O garoto loiro vira seu rosto e encara a porta, ele dá três leves batidas na mesma, antes de se virar novamente para mim.
— Imbecil. — Digo voltando a olhar para o céu.
Bakugou vem para a sacada e se senta ao meu lado. Ele tira a gravata que, por algum motivo, estava amarrada na sua cabeça e a deixa no chão ao seu lado.
Eu encaro o garoto loiro de cabelos bagunçados que parecia ter se divertindo muito pelo estado que se encontrava. A sua camisa amassada com os 4 primeiros botões abertos, revelando seu peitoral, sua calça dobrada na barra e os pés descalços.
— Você parece ter se divertido muito. — Digo.
— Cala a boca, porque você também não está em suas melhores condições. — Ele retruca.
— Calma, não estou insinuando nada. — Dou uma pequena risada. — Apenas estou surpresa pelo fato de você ter se divertido e aproveitado ao máximo nossa festa de formatura assim como todo mundo.
— É claro que eu me diverti como todos, você acha que eu sou o quê? Alguém de outro planeta?
— E não é? — Sorrio levantando uma sobrancelha.
— Vai se ferrar. — Ele segura o riso.
Ficamos em silêncio por algum tempo enquanto a noite ia embora timidamente no horizonte.
— Pois é....acabou. — Digo.
— Sim...
— O que você pretende fazer agora?
— Me tornar o herói número 1. — Ele diz quase imediatamente.
— E o que mais?
— Como assim? — O loiro pergunta olhando pra mim.
— Não tem mais nada? É só isso?
— É a minha prioridade. — Ele diz. — E você?
Eu penso um pouco.
— Eu irei morar no apartamento que era de Shouta, antes dele se mudar para o Campus da UA. Trabalharei para o Endeavor como profissional durante 1 ano. Após isso, tentarei criar minha própria agência e entrar para o Ranking dos heróis do Japão. — Digo.
— Então acho que vai demorar um tempo para que todo mundo se encontre de novo já que cada um vai seguir um caminho. — Ele diz. — Já não aguentava mais ter que olhar pra cara de vocês.
— Eu não...tinha parado para pensar nisso.
Meu coração aperta. Eu começo a sentir saudade antecipadamente.
— Se você estiver chorando de novo eu vou te jogar dessa sacada. — Ele diz.
— Depois de passar a minha vida praticamente sozinha, eu fiz tantos amigos aqui. Vai demorar pra eu me acostumar a ficar sozinha de novo. — Digo enquanto uma lágrima teimosa escorre do meu olho.
— Você sempre vem com o mesmo discursinho antes de chorar. Você é muito insuportável. — Bakugou fala secando a lágrima de meu rosto com as costas de seus dedos.
Eu olho para ele.
— Você não sabe falar como uma pessoa normal, você é tão insuportável quanto eu.
O loiro franze o cenho, me olhando com raiva.
— Olha aqui seu cocô ambulante, eu falo normal!
Eu dou risada e seguro sua mão contra o meu rosto.
— Vou sentir falta de ter esse tipo de diálogo com você.
Bakugou fica em silêncio por um tempo, me olhando seriamente.
Ele aproxima seu rosto e sela seus lábios nos meus.
Eu me assusto de imediato mas acompanho o movimento de sua boca na minha.
Bakugou agarra minha cintura e me puxa para perto, me colocando em seu colo, enquanto entrelaço minhas mãos em seus cabelos.
Nos beijamos com pequenas pausas por vários minutos. Até que nos afastamos um do outro e encaramos o sol, que já tinha nascido há algum tempo. Mas ainda estávamos ofegantes.
— Fiz...por impulso. — Ele diz hesitando.
— Deve ter sido a adrenalina da festa. — Falo ainda em estado de choque.
— E além disso, isso não significou nada. — A coloração vermelha toma conta de suas bochechas.
— Exato. — Digo totalmente envegonhada. — Não significa que eu goste de você.
— Muito menos eu de você. — Ele diz também bem envergonhado.
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Can I be a Hero? • [Boku No Hero]
Ficção AdolescenteApós finalmente terminar o seu 1° ano na escola de heróis UA, Iwasaki Shiro vê sua vida desmoronar diante de seus olhos quando é acusada da morte de seus pais. Ela some no mundo, vivendo na rua entre becos por 2 anos. Mas um encontro inesperado c...