Capítulo 5

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O despertar em Vitae era um espetáculo de contrastes desoladores

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O despertar em Vitae era um espetáculo de contrastes desoladores. O sol, que outrora se erguia majestoso no horizonte, agora parecia lutar para romper as sombras que envolviam a terra. Seus primeiros raios, em vez de acariciar o mundo com calor reconfortante, lançavam apenas uma luz pálida sobre o rosto pálido de Kael, que permanecia imóvel à beira do vasto vale ressequido. Era como se a própria natureza lamentasse em silêncio a ruína que se estendia diante de seus olhos.

O vale, outrora exuberante e exaltante em sua beleza natural, agora se estendia como um testemunho sombrio da destruição que ocorrera. O solo, uma vez fértil e vivo, agora estava marcado por cicatrizes de um conflito que parecia não ter fim. Kael, imerso em seus pensamentos, carregava nos ombros o peso da culpa por aquela devastação, e cada amanhecer servia apenas para reavivar as lembranças dolorosas do que havia acontecido.

À medida que a luz do sol lutava para penetrar as trevas que engoliam Vitae, era evidente que as forças do mal estavam ganhando terreno. A Legião das Trevas, como uma praga voraz, consumia toda a luz que um dia brilhara naquela terra, deixando apenas desolação em seu rastro.

Nesse mundo mergulhado em medo e desespero, os magicaes lutavam diariamente pela sobrevivência, enfrentando os seguidores das trevas com uma coragem que beirava a loucura. E no centro dessa batalha violenta estavam os Eternos, os escolhidos dos deuses, que carregavam consigo a esperança de um retorno da paz e da luz a Vitae. Kael, um entre eles, sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros, sabendo que sua missão era crucial para o destino de seu povo.

Enquanto contemplava o horizonte sombrio, uma brisa gélida serpenteava pelos vales áridos, acariciando os cabelos revoltos de Kael. Seus olhos violeta, espelhos de uma alma atormentada, refletiam a dor e a determinação que o consumiam. Foi então que uma figura se aproximou dele, rompendo o silêncio sepulcral.

-Devika, o que você está fazendo aqui?-indagou Kael, sua voz carregada.

A magicae, com sua presença habitualmente gélida, encostou-se em uma árvore próxima antes de responder.

-O mago Calix convocou uma reunião- disse ela, sua voz carregada de irritação pela interrupção de seu sono. -E parece que ele não se importa com o horário.

Kael franziu o cenho, sua mente já preenchida com preocupações sobre o motivo por trás da convocação tão matinal.

-Você sabe por quê?

Devika bufou, uma expressão de desdém cruzando seu rosto.

-Quem sabe? Talvez outra missão suicida, como da última vez-respondeu ela, deixando claro seu descontentamento com as tarefas aparentemente fúteis impostas pelo mago.

No entanto, as palavras seguintes da magicae capturaram a atenção de Kael de imediato.

-Kurt voltou-disse ela, e o tom em sua voz deixava claro que havia algo mais a ser dito.

Chamas e Sombras (Livro 1-Nascidos Do Caos)Onde histórias criam vida. Descubra agora