Capítulo 10

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Freya estava mais uma vez envolta em chamas, uma cena que se repetia em seus pesadelos e agora, inexplicavelmente, na realidade

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Freya estava mais uma vez envolta em chamas, uma cena que se repetia em seus pesadelos e agora, inexplicavelmente, na realidade. O suor escorria como pequenos riachos por sua pele vermelha e flamejante, enquanto o fogo rugia ao seu redor, como uma besta faminta. Cada célula de seu corpo parecia queimar, consumida pela magia destrutiva que emanava dela. Seus olhos brilhavam com intensidade, labaredas de fogo dançando em seu olhar, refletindo a dor e a agonia que a consumiam por dentro.

Uma sensação estranha de sufocamento a envolvia, como se o ar ao seu redor estivesse sendo sugado para as chamas que a rodeavam. Em meio ao caos das labaredas, algo brilhava diante de seus olhos, uma luz ofuscante e esverdeada que parecia chamá-la. Freya sentiu como se uma força invisível a puxasse em direção àquela luz, e ela se deixou guiar, permitindo-se ser arrastada pelo desconhecido. Quando finalmente se fundiu com o clarão, despertou, ofegante e confusa.

Ela se levantou da cama em chamas, suas mãos agitadas tentando apagar o fogo que parecia consumi-la. Seus olhos estavam arregalados de horror, enquanto tentava controlar a respiração acelerada, mas o aperto em sua garganta a impedia de articular uma palavra sequer.

Uma voz familiar rompeu o silêncio ao seu lado.

-Acalme sua respiração, você está muito nervosa-disse a voz, trazendo um pouco de conforto à sua mente atribulada.

Freya fechou os punhos com força, inspirando profundamente para acalmar as chamas que queimavam dentro dela, ameaçando consumi-la por completo. Aos poucos, o fogo foi diminuindo, e ela finalmente abriu as mãos, tremendo violentamente.

O ranger do assoalho do quarto chamou sua atenção, e Freya se viu cercada por rostos estranhos, todos eles a observando com desconfiança. Ela se afastou, pressionando-se contra a parede enquanto procurava desesperadamente por algo que pudesse usar como arma. Mas estava desarmada, à mercê daqueles que a encaravam como se fosse uma ameaça.

Então, Lia surgiu, seu rosto carregado de preocupação e culpa. Freya sentiu um peso em seu peito ao vê-la se aproximar, todas as lembranças dolorosas inundando sua mente. Ela recuou instintivamente, o rosto contorcido pela fúria.

-Por quê?-rosnou Freya, a raiva fervendo dentro dela.

Lia hesitou por um momento, antes de responder em voz baixa:

-Eu não podia te contar a verdade. Você teria me matado.

Os lábios de Freya se retorceram em desgosto.

-E o que você acha que eu quero fazer agora?

Lia tentou se aproximar novamente, mas foi impedida por Hayes, cujo olhar era uma mistura de cautela e compaixão. Freya observou-os com um misto de desconfiança e amargura.

-Tenha cuidado, Lia-disse Hayes, sua voz firme e autoritária. -Não a pressione demais.

Um riso amargo escapou dos lábios de Freya.

Chamas e Sombras (Livro 1-Nascidos Do Caos)Onde histórias criam vida. Descubra agora