Capítulo 14

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Freya retornou ao quarto enfurecida, lhe custou muita força de vontade não explodir e queimar toda a fortaleza

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Freya retornou ao quarto enfurecida, lhe custou muita força de vontade não explodir e queimar toda a fortaleza. Lia a seguiu em passos rápidos, batendo a porta atrás de si ao entrar no quarto. Freya percorreu toda a extensão do cômodo, tentando afugentar as vozes inquietantes que soavam em sua mente. 

A culpa é sua.

Assassina.

Imunda.

Você os matou.

Assassina. Assassina. Assassina.

Freya levou as mãos trêmulas a cabeça, tentando se livrar das vozes severas do seu subconsciente. As mesmas palavras duras eram repetidas várias vezes, como uma canção de acusação e justiça pelos humanos queimados, como se as almas dos mortos voltassem para tirar sua paz, para fazê-la pagar por seus crimes. Freya tentou controlar sua respiração e conter o pânico que disparou com tanta força que seu cabeça latejou. Esfregou o nariz arrebitado, puxando o ar com força para seus pulmões.

-Você enlouqueceu?-Lia não conseguiu controlar o tom da sua voz.

-Você diz odiar o feiticeiro, por que está tão irritada então?

Lia recuou como se tivesse levado um golpe e fitou o quadro ao lado da porta, engolindo em seco a acusão de Freya e aceitando que ela tinha razão, em partes. Ela afirmou e ordenou a Freya para manter distância de Kael, mas com o coração sentimental que tinha não suportou ver o antigo amigo ser acertado por todas as palavras dura de Freya sem tentar defendê-lo.

-Vocês dois transformaram o café em uma arena de guerra.

Freya deu de ombros, não se importava com muita coisa naquele momento além da sua avó, sequer se importava com ela mesma.

-Está exagerando-murmurou.

Lia balançou a cabeça.

-Só para você saber, Kahlo não rejeitou Kael-defendeu o feiticeiro, sem conseguir manter-se calada. -Kael se rebelou contra o pai e foi se recusou a fazer parte de seus planos malignos.

-Eu não me importo-retrucou Freya, indiferente a reação tempestuosa de Lia.

-É claro que não-replicou Lia, ríspida. -Está mais ocupada em afundar em sua própria escuridão e agir como uma cretina.

-É isso que sou, uma cretina insensível!

Lia esfregou o rosto, os ombros rígidos.

-Sinto muito pelo que te aconteceu.

-Isso não vai mudar nada.

Lia se perguntava o que havia acontecido com sua amiga radiante como a luz do sol, ela não imaginava como os últimos acontecimentos haviam causado feridas tão profundas em Freya que eram impossíveis de serem curadas.
Não sabia como Freya desejava e pedia para todos os deuses para tê-la levado no lugar de todos aqueles inocentes, no lugar de seu pai.

Chamas e Sombras (Livro 1-Nascidos Do Caos)Onde histórias criam vida. Descubra agora