Capítulo 19

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O sol começava a se pôr atrás das montanhas, pintando o céu de tons alaranjados e dourados, enquanto o vento fresco soprava suavemente, fazendo as folhas das árvores dançarem em harmonia. Kael, com seus cabelos negros ondulados, estava de pé, os músculos contraídos sob a pele suada e levemente avermelhada pelo esforço do treinamento. Freya, mantinha-se diante dele, os olhos fixos no horizonte, a expressão séria e determinada em seu rosto delicado.

-Matar Alastair não será uma tarefa fácil-murmurou Kael, sua voz baixa carregada de seriedade. -Tentamos matá-lo há meses.

-Não me importo!

Kael estudou-a por um momento, observando-a atentamente, e Freya sentiu o calor subir ao rosto sob seu olhar penetrante. Ele era um enigma envolvente, e sua frieza começava a incomodá-la.

-Seu desejo por vingança pode controlá-la-advertiu Kael, seu tom impassível.

As mãos de Freya se fecharam em punhos, uma onda de calor se agitando dentro dela.

-Não ouse tentar me impedir de me vingar de Alastair-rosnou ela, sua voz quase um sussurro ameaçador.

Kael permaneceu inabalável diante de sua determinação.

-Hayes tentaria convencê-la do contrário, eu não-respondeu ele, indiferente.

-Não?-Freya ergueu uma sobrancelha, desafiadora.

-Não-confirmou ele, dando um passo mais perto. -Não sou sinônimo de bondade ou exalo luz como ele.

Freya o encarou com firmeza.

-Consigo ver-retrucou.

-Mas se quiser matar Alastair, precisará usar tudo que você guarda dentro de si, destruidora- advertiu Kael, sua voz como uma tempestade iminente.

Freya manteve o queixo erguido e os ombros retos.

-Não se pode lutar uma guerra sem armas-continuou ele, sua voz forte ecoando como trovão.

-E quais armas eu preciso para vencer?-perguntou ela, seu rosto se aproximando do dele.

-O que está disposta a sacrificar para vencer?-retrucou Kael, seu olhar firme.

-Tudo-respondeu Freya, sua voz carregada de determinação. -Estou disposta a tudo para vencer.

Uma troca de palavras carregadas de significados profundos, refletindo as personalidades intensas dos dois magicaes. Kael já havia sacrificado muito por sua causa, e Freya estava disposta a entregar tudo de si.

-Então pare de ter medo de si mesma-disse ele, observando-a atentamente.

-Como?-Freya piscou várias vezes, buscando compreender.

-Treine seu poder, controle sua magia e aprenda a se defender-aconselhou ele. -Você não parece ser do tipo donzela indefesa e muito menos uma covarde. Não foi isso que me disse nas terras humanas?

Freya sentiu o poder adormecido dentro dela começar a vibrar em suas veias, um formigamento familiar percorrendo seus dedos, um calor surgindo em suas mãos.

-Não pertenço a esse lugar-murmurou ela, sua voz rouca. -E não preciso de um salvador para me resgatar da escuridão, odeio esse clichê.

-Você é uma magicae agora, Freya. Há magia em seu sangue e em toda Vitae, não importa o quanto tente fugir-lembrou ele.

Freya sacudiu a cabeça com determinação.

-Não sou como vocês-sibilou entre dentes.

-Você é um ser mágico, destruidora. Tentar lutar contra isso não vai adiantar-afirmou Kael, sua voz firme.

Chamas e Sombras (Livro 1-Nascidos Do Caos)Onde histórias criam vida. Descubra agora