Séculos após a revelação de uma profecia dos deuses, Freya Krade, a última da sua linhagem, emerge como a personificação de uma linhagem mágica de fogo selvagem e sangue divino. Criada como uma arma pela Irmandade, uma seita caçadora de seres mágico...
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Freya secou suas mãos suadas no vestido, sentindo o peso do fardo que carregava sobre seus ombros rígidos aumentar ainda mais. Algo continuava a não fazer sentido para ela. Por que Elora, a rainha perdida de Lux, arriscaria sua vida para se comunicar com Freya através de sonhos?
Elora havia dito a Freya que ela era a ponte entre os três mundos existentes, uma criatura com os três tipos de sangue correndo em suas veias. Será que Elora se referia à mistura mágica em seu sangue?
A respiração de Freya tornou-se mais pesada enquanto tentava processar tudo isso. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Kael, que estranhou o repentino silêncio da magicae.
-Se sente bem?-perguntou ele, sua expressão misturando preocupação e curiosidade.
Freya não conseguiu mais manter aquela informação para si. Talvez fosse um erro confiar aquele segredo a Kael, mas ela precisava de respostas e estava disposta a arriscar, mesmo que isso significasse queimá-lo se ele ousasse traí-la.
-Você acha que existe alguma possibilidade de Elora invadir meus sonhos e deixar uma mensagem?-perguntou Freya baixinho, como se estivesse compartilhando um segredo íntimo.
Ela viu a garganta de Kael oscilar enquanto ele engolia em seco.
-Como?-respondeu ele, claramente surpreso com a pergunta.
Freya mordeu o lábio inferior, nervosa por estar confiando aquela informação ao feiticeiro.
-Há algumas semanas atrás, Elora apareceu em meus sonhos, afirmando ser uma descendente da deusa do sol e rainha de Lux.
Kael travou com aquela confissão, o choque espalhando-se por sua feição.
-Elora se comunicou com você no mundo dos humanos?
-Eu já tive sonhos enigmáticos com Vitae antes, mas nunca uma criatura desse mundo se comunicou diretamente comigo. Kael, Elora tentou me dizer a verdade e eu não acreditei nela. Ela foi a única que foi honesta comigo e eu a ameacei de morte.
-Isso não me surpreende na verdade.
-A rainha perdida de Lux me deixou uma mensagem de esperança-continuou Freya, sentindo a urgência de compartilhar tudo.
A biblioteca estava mergulhada na penumbra, iluminada apenas pelos fracos clarões das velas espalhadas entre as estantes repletas de livros antigos e poeirentos. Freya observava Kael atentamente, seus olhos captando cada nuance do feiticeiro enquanto ele absorvia as palavras sobre Elora e a possível esperança que suas instruções traziam.
Os olhos de Kael, normalmente reservados e profundos como poços de sombras, agora brilhavam com uma intensidade surpreendente. Era como se uma centelha de vida e fé tivesse sido acendida dentro dele, banindo temporariamente as trevas que geralmente o envolviam. Freya não pôde deixar de comparar aquele momento à beleza do céu estrelado em uma noite clara, onde cada estrela cintilava com esperança.
