Capítulo 26: Corrida Armamentista

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Jinhwan estava só de cueca se olhando de frente para um espelho de corpo inteiro, estava apreensivo, a noite passada além de horrível tinha desencadeado uma enxurrada de lembranças ruins. Ele se virou de costas vendo a enorme marca diagonal que fora causada pelo golpe da espada do Senhor K, uma parte sua estava feliz por aquele psicopata estar morto, mas outra não gostava quando BooJoo tinha que matar alguém, aquilo não combinava com sua mãe doce e humilde que ele tanto amava e perturbava.

–Jinhwan? –Perguntou Renan se levantando da cama e indo até ele –Você esta bem? –Renan olhou para cicatriz que ele há muito tempo queria saber como tinha sido causada.

–Estou, eu só... –Renan tocou suas costas o fazendo estremecer –É como se ainda doesse.

–Sinto muito –Disse Renan sentindo um aperto no peito, odiava ver seus amigos sofrerem ou se machucarem –Gostaria de ter estado lá pra te proteger.

–Obrigado. Sabe, eu e o B.I. nunca fizemos... Sexo.

–Oh! Por que?

–Tenho medo dele me ver sem roupas e perguntar sobre essa cicatriz.

–Por isso que no acampamento você tomava banho de camisa.

–É. Agora eu vou tomar banho para não nos atrasarmos.

Era engraçado Jinhwan andando só de cueca sem o menor pudor na frente de Renan e com seu namorado não conseguir nem tirar a camisa. Renan olhou para o espelho e quase chorou.

–Pai... Vovó...

Depois de prontos os garotos foram para o Universidade Moura que era quase vizinho do seu prédio. Era estranho ver todo mundo andando e conversando seguindo sua vida normalmente enquanto Renan estava uma pilha de nervos.

–Jinhwan, vai na frente, vou no banheiro.

Renan lavou o rosto, teve um tremelique se lembrando da cabeça do Senhor K passando voando próximo do seu rosto. Lembrou do tal Danilo com uma arara azul no ombro o mandando resgatar o Atirador de MetalVile se não seu pai e avó teriam uma morte lenta e dolorosa. Renan estava tremendo, estava com muito medo de perder aqueles que amava e...

–Renan? –Cumprimentou David saindo de um box fechando o zíper. Quando Renan o viu teve vontade de chorar, ele se virou e correu para os braços dele o abraçando apertado –O que foi? –Perguntou David ficando rubro.

–Deixe-me ficar assim só um pouquinho.

David o abraçou de volta, Renan o apertava como se agarrasse à normalidade, como se o David fosse a manifestação de uma vida normal. Ele se lembrou da confusão amorosa entre os dois e a Roberta, aquilo estava longe de ser normal, mas era melhor que as pessoas morrendo a sua volta. Ele se afastou coçando os olhos ameaçando chorar.

–Esta tudo bem? Quer conversar a respeito?

–Não, obrigado. Acho que só precisava de um minuto, já estou bem agora. Vamos pra sala.

David apertou a mão dele, ele queria muito beijar aquele baixinho, mas sabia que era muito errado. Mas se permitiu apoia-lo como amigo.

–Caso precise de mais abraços é só me chamar, eu sempre irei até você... Pra isso que servem... Os amigos –Renan sorriu, ele sabia o quanto amizade significava para o alquebrado David.

O dia seguiu normalmente, tiveram uma complicada aula da professora Togarma Torres, da qual Renan não absorveu nada com sua mente viajando pensando numa maneira de salvar sua família sem precisar resgatar o Atirador de MetalVile. Carol Castro entregava os exemplares de seu jornal que agora era um sucesso. Kenny continuava se destacando no desenvolvimento de carros futuristas. Amanda Alves estava a cada dia mais estressada com suas "amigas" líderes de torcida. Renan ia precisar da ajuda dela para invadir o centro de operações da Colmeia, mas não sabia como pedir que ajudasse a salvar um assassino perigoso.

Guerra das AranhasOnde histórias criam vida. Descubra agora