Guerra das Aranhas

Capítulo 39: Luto e Ação

–Ela roubou meu nome! –Indignou-se Renan na primeira vez em que viu a heroína Guerreira Aranha.

Amanda Alves, líder de torcida, acrobata, amante de quadrinhos e dançarina de Kpop. Renan se lembrou dela no acampamento, se enturmando com todo mundo, sempre ao lado do Kenny, ela tinha um sorriso tão bonito...

–Comprem o jornal da Universidade Moura! Vejam a injustiça que fazem com os gordos! Abaixo a gordofobia! Deixem os gordos comerem o que quiserem! –Renan riu das tentativas de Carol Castro de vender seus jornais com suas matérias contra o preconceito, mas que acabavam sendo preconceituosas.

Amanda Alves e Carol Castro, boas amigas, garotas divertidas, cheias de sonhos e energia, era uma pena que agora estavam mortas.

Renan despertou calmamente em sua cama, a noite estava silenciosa, Jinhwan estava dormindo na cama ao lado, ele e a senhora BooJoo passariam alguns dias na casa dos Richards. Ele olhou para o teto, tudo estava tão calmo.

–NÃO! Deus, não! Carol! Carol! Minha filha! Minha garotinha! –A lembrança do pai da Carol a encontrando morta parecia tão vivida que Renan se arrepiou escutando os berros.

A noite estava tão calma. Bang! Bang! Bang! Os disparos do Atirador de Metalvile, dezenas de pessoas morrendo uma atrás da outra.

–Você é legal, Renan. Gostaria muito que fosse assistir a apresentação do meu pai, ele é um grande mágico –Susan Santos, a garota monstra de circo, também estava morta.

–Me empresta a borracha.

–Essa aula não acaba nunca.

–Renan, você é tão desastrado.

A maioria dos seus colegas de classe estavam mortos ou gravemente feridos. Renan se encolheu na cama.

–Esta doendo –Ele disse apertando o próprio corpo como se quisesse encolher até desaparecer.

–Renan? –Chamou Jinhwan de pé em frente da cama dele –Quer que eu me deite com você? –A resposta dele foi ir mais pro lado dando espaço para que o outro deita-se –Eu ainda posso sentir... –Jinhwan olhou pras próprias mãos –A sensação de segurar a vida do David nas minhas mãos, de pressionar o ferimento com todas as minhas forças, enquanto o mundo desmoronava ao meu redor.

–O-bri-brigado –Renan gaguejou um agradecimento.

–Seus ferimentos estão doendo?

–Não –Falar parecia difícil, era como se a qualquer momento Renan pudesse cair no choro.

–O que será que vem daqui pra frente? Debatemos sobre Colmeia, Novo mundo e Industrias Moura e acabamos sendo massacrados por um único inimigo.

Renan encostou a cabeça no peito de Jinhwan que parou de falar e o abraçou, pareciam duas crianças se consolando mutuamente.

Na manhã seguinte, todos os canais noticiavam a tragédia da Universidade, Marcus Moura teve que dar várias entrevistas, até finalmente poder ir para o laboratório secreto das Industrias Moura. Lá estava seu braço direito, Togarma, sendo tratada pelos melhores cientistas e médicos.

–Como ela esta?

–Ela teve alguns órgãos danificados, mas com nossa tecnologia podemos salva-la –Garantiu um dos médicos.

–Ótimo! E quando ela vai despertar?

–Não sei ao certo, depende dela.

Marcus ficou olhando um tempão para ela e depois para o garoto sentado apreensivo ao lado dela. Kenny era muito talentoso e já provara seu valor ajudando Togarma em vários projetos. "Eu posso ver o quanto ela gosta dele, talvez esteja espelhando nele como seria seu próprio filho que morreu ao nascer tantos anos atrás".