UMA PRESIDENTE TRAVESSA

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Focamos, notavelmente, em Arabela e o fatídico encontro com a tal mulher de passado que ainda não nos foi revelado, mas enquanto a Presidente se lamentava e sentia os assombros dos fantasmas do seu passado no colo de sua mãe, Elisa permaneceu no restaurante com Aurélio, porém sua mente seguiu em sentido à sua chefe, pois notou que ela havia saído com uma expressão carregada.

Falcão sempre teve sensibilidade para perceber tudo o que acontece a sua volta; talvez fosse um dom para ser sensitiva, fazendo com que captasse certas coisas (obviamente, com exceção de outros assuntos. Mas será que é exceção mesmo, ou sua negação para o comportamento de Arabela se tornou uma defensiva por suas ideologias).

— A comida estava deliciosa, não estava? — perguntou Aurélio, olhando para sua adorada mulher.

— Sim, o purê estava incrível!

Enquanto conversaram mais algumas coisas sobre o restaurante e a comida, ambos adentraram o carro e seguiram rumo aos seus trabalhos. Durante o percurso, que não foi tranquilo nem rápido, Elisa olhou para o céu azul cheio de nuvens e outra vez se lembrou de Viscenza. Preocupou-se, mas não sabia o porquê, nem mesmo para que, porém sabia que a belíssima e atraente Presidente havia se chateado apenas por suas expressões.

— Meus pais nos convidaram para jantar hoje a noite, o que acha? — falou ele. A executiva permaneceu silenciosa observando a imagem diante dos seus olhos, fazendo com que ele olhasse rapidamente para o seu rosto. — Amor, estou falando contigo!

— Oh, me perdoe, meu bem! Estava distraída com algumas coisas. O que você disse?

— Não tem problema! Disse que meus pais nos convidaram para jantar hoje a noite. O que acha?

— Perfeito! Mas creio que não dará tempo de irmos à igreja — falou ela, comprimindo os lábios.

— Pensei nisso também. Pensei que poderemos aparecer depois.

Ela apenas consentiu e deu seu doce sorriso, voltando sua atenção para a paisagem. Elisa e Aurélio permaneceram em um amoroso diálogo até que chegaram diante da Lamoncler. Assim, como nos demais dias, ambos se despediram ali mesmo com um breve beijo e prosseguiram aos destinos. Antes que ela pudesse entrar no saguão, ouviu uma voz animada e conhecida dizer seu nome:

— Elisa! — falou Núbia.

— Ué, você não vai tirar a tarde de folga?

— Marquei o médico para a semana que vem, pois ele teve assuntos pessoais, então adiamos.

A Diretora então sorriu levemente e concordou. Foi então que ambas subiram ao terceiro andar, mas assim que entraram na sala de espera, viram Marcos Paschoal conversando com uma das modelos dos comerciais. O pomposo acionista gesticulava algo, mas quando viu Elisa, saltou do sofá sendo acompanhado pela moça.

— Honey, está lindíssima! — falou ele abraçando a Diretora.

— Como vai, Marcos? Chegou há muito tempo?

— Estou esplêndido como sempre! — sorriu. — Não, cheguei há dez minutos. Estava aqui com Alice, pois quero discutir sobre o projeto. Creio que ela tenha o perfil para o que quero mostrar.

A jovem modelo de cabelos negros e olhos claros sorriu para Elisa tendo sua reciprocidade. Ambas foram apresentadas pelo empresário e trocaram algumas palavras. Falcão então resolveu convidá-los para irem à sua sala, já que o Vice-presidente estava em uma conferência com acionistas.

— Bem, vamos até a minha sala. Creio que Dona Arabela não vai demorar!

Os três seguiram até a diretoria executiva. Durante um longo tempo, o diálogo se estendeu sobre a empresa, os projetos e a lindíssima modelo diante deles. De fato era encantadora!

Elisa proibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora