EPÍLOGO

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Fazia seis meses desde que Arabela se foi. Foram seis meses de lembranças saudosas e cheias de lamentos.

Núbia até tentou convencer Elisa para que a deixasse ligar para Viscenza, mas a moça foi proibida de concretizar a ação, porque Falcão tinha o orgulho maior que tudo. Elas estavam sentadas na sala da Diretoria financeira. Tudo havia se transformado nos últimos meses. A Diretora arrastou-se em uma vida sem emoção alguma: um dia após o outro.

Tanto para ela, como Arabela, coisas novas passaram a acontecer. A jovem Presidente modificou sua forma de ser, portando-se com certo limite em seus casos amoroso, em suas noitadas, mais ainda em seus trabalhos. Passara a ser mais séria em tantos outros assuntos. E de fato o amor transforma, porém não era vivido.

— Seu Ricardo marcou a reunião pro dia seis, né?

— Sim. Se não tiver nenhum problema, vai ser nesse dia mesmo.

— E será que ela vem?

— Quem, Núbia?

— Ah, Elisa! Não seja cínica. A Madre Tereza — debochou. — É claro que a Arabela.

— E como eu vou saber? — respondeu ela, esticando as mãos até o porta-lápis.

A secretária meneou a cabeça e encarou Elisa com certo ar cômico.

— Não vai me dizer que não se perguntou sobre isso nenhum dia.

— Sabe que não. Na verdade, tenho coisas mais importante para pensar.

— Mentira. Posso apostar que está se remoendo por dentro. Está se perguntando a todo o instante sobre ela.

— Apostou errado.

— Ai! Como você pode ser assim? Por Deus! Esse orgulho me estressa, sabia?

— Núbia, não vou negar que pensei muito. Não nego que me questionei todo esse tempo, mas não posso fazer nada.

— Como não pode? Liga, Elisa! Fala pra ela tudo o que sente.

— Não, e pare de me encher.

— Ah, desisto! Só você entende essa sua mente bagunçada.

Elisa deu de ombros e ficou quieta.

Não demorou muito até que Juliana adentrou a sala. Parecia uma pluma de tão bem vestida. Caminhava com passos calmos e tinha um semblante sereno.

— Ah, esse clima me deixa irritadíssima. O calor deixa a minha pele tão esgotada. Como vão, meninas?

A mais velha se sentou, ouvindo a respostas das demais.

— Também detesto o calor, Dona Ju. Fico estressada demais. Olha só como está quente — completou Núbia.

— Não é? O frio deixa a gente mais.

— Concordo — replicou Núbia.

Sem ouvir os complementos de Elisa e vendo-a distraída, Juliana inclinou o corpo e tocou sua mão.

— O que foi, boneca? Por que está com esses olhinhos de quem pensa demais?

— Não é nada. Só estou calculando alguns orçamento.

Núbia elevou as sobrancelhas, com os olhos cerrados. Sabia o que estava na mente da amiga.

— E a Arabela, Dona Juliana? Vem pra reunião? — perguntou ela, olhando para Elisa.

Falcão ficou com os olhos arregalados.

Juliana olhou para a Diretora e deu um sorriso torto. É ela sabia de tudo.

Elisa proibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora